segunda-feira, 5 de setembro de 2016

MÊS DA BÍBLIA

“Quão saborosas são para mim vossas palavras, mais doces que o mel à minha boca” (Sl 118, 103).

“Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos. E uma luz em meu caminho” (Sl 118, 105).


A Igreja no Brasil dedica o mês de setembro a Bíblia. Sem dúvida é uma iniciativa muito importante. A motivação vem do fato da  Igreja celebrar em 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, que a pedido do Papa Dâmaso (366-384) preparou uma boa tradução da Bíblia em latim, a partir do hebraico e do grego; a chamada Vulgata. Foi um trabalho gigantesco que demandou cerca de 35 anos nas grutas de Belém, onde ele fazia esse oficio, vivendo uma austera vida de oração e penitência. São Jerônimo dizia que quem não conhece os Evangelhos não conhece Jesus.
São Jerônimo (347-420), chamado de “Doutor Bíblico”,  nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379, foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa São Dâmaso. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja e à Sé de Pedro.
Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para todo cristão. A Carta aos hebreus diz que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até à divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,12).
Jesus conhecia profundamente a Bíblia e a citava.  Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto ele venceu o demônio lançando em seu rosto, por três vezes, a santa Palavra.  Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães, para provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3c).
Quando o tentador exigiu que Ele se jogasse do alto do templo, Jesus respondeu: “Não tentarás o Senhor; vosso Deus” (Dt 6,16a). E quando Satanás tentou fazer com que Ele o adorasse, ouviu mais uma vez a Palavra de Deus: “Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás” (Dt 6,13).
O demônio não tem força diante da Palavra de Deus lançada em seu rosto; por isso, cada um de nós precisa conhecer o poder dela. Jesus morreu rezando todo o Salmo 21: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Sl 21,2).
É preciso ler e estudar a Bíblia regularmente, todos os dias; aquecer a alma com um trecho dela; e saber usá-la nos momentos de dor, dúvida, angústia, medo, etc. Abra a Palavra, deixe Deus falar a seu coração. E fale com Deus; é a maneira mais fácil de rezar.
O Espírito Santo nos ensina essa verdade, pela boca do profeta Isaías; cuja boca tornou “semelhante a uma espada afiada” (Is 49,2):
“Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missão” (Is 55,10).
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