sexta-feira, 30 de maio de 2014

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

Dom Henrique Soares da Costa
Bispo de Palmares-PE

Celebraremos com toda a Igreja, no próximo domingo, 1, a Solenidade da Ascensão do Senhor - em alguns países, porém, celebrada na quinta-feira que delineia exatos 40 dias após a Páscoa. Para enriquecer a nossa meditação, reproduziremos, já no próximo parágrafo, uma homilia de dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares-PE, escrita no ano de 2009, por ocasião da celebração da Solenidade da Ascensão naquele ano. Vale a pena lê-la na íntegra. Boa leitura.

" At 1,1-11
Sl 46
Ef 1,17-23
Mt 28,16-20

Estamos ainda nos dias pascais, nas alegrias da Ressurreição do Senhor. A Solenidade que hoje celebramos - a Ascensão - e aquela do Domingo próximo - Pentecostes - são ainda dimensões, aspectos do mistério da Páscoa:
ressurreição, subida ao céu e dom do Espírito são três aspectos do mesmo mistério. Celebramo-lo num arco de cinquenta dias porque, enquanto o Senhor Jesus deixou este nosso tempo, feito de ontens, de hojes e de amanhãs, nós continuamos presos às horas, dias, meses e anos deste mundo...

Eis: Jesus ressuscita no Pai; não ressuscita para depois ir ao seu Deus e Pai! Ressuscitar é, precisamente, sair da morte, entrando na vida plena, que é o Pai. (Nunca esqueçamos: o Pai é nossa Vida, o Pai é nosso Céu! Também o foi e o é para Jesus)! Isso aparece claro em alguns textos dos próprios evangelhos. Em Lc 24,44, Jesus ressuscitado, conversando, com seus apóstolos e sendo tocado por eles, diz claramente que com eles não está mais: “São estas as palavras que eu vos falei quando estava convosco...” No próprio Evangelho deste hoje, o Senhor, aparecendo aos seus sobre o monte, dá a entender que já está no céu: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra!” Vede: ele já recebeu tal autoridade, também no Céu! Ele, durante quarenta dias apareceu aos seus, mas já não estava entre os seus! Seu novo modo de permanecer conosco é na potência do seu Espírito, também fruto da sua ressurreição e da entrada no Pai...

Se é assim, qual o sentido desta Solene Ascensão do Senhor? Eis o seu significado, tão importante para nós e para a nossa salvação: na Ressurreição, Jesus foi glorificado na sua pessoa, isto é, em si mesmo. Na Ascensão, aparece o que sua Ressurreição significa para nós, o que o Cristo se torna em relação a nós. Em primeiro lugar, a Ascensão marca o fim daquele período de encontros que o Ressuscitado teve com seus discípulos para fortalecer-lhes a fé e explicar-lhes a missão. É, portanto, uma despedida! Como já foi dito, a partir desse momento o Senhor estará com os seus e poderá ser por eles percebido de uma forma nova: na potência do seu Espírito Santo, presente na força da Palavra anunciada e nos sacramentos da Igreja. É assim que a Ascensão abre caminho para o Pentecostes, quando o Espírito, de um modo visível e barulhento, marca a inauguração da missão da Igreja, que é testemunhar e anunciar o Senhor, tornando-o presente nos gestos sacramentais.

Segundo: a Ascensão nos revela aquilo que aconteceu no Céu com Jesus e que, na terra, somente pela fé podemos saber e crer, isto é, sua glorificação como Senhor do Céu e da terra, Senhor da história humana e da Igreja. Ele ressuscitou e subiu ao Céu para tudo recapitular e de tudo ser a Cabeça, fonte de vida e salvação! São Paulo nos disse na segunda leitura que “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos e fê-lo sentar-se à sua direita nos céus. Ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, Cabeça da Igreja, que é o seu corpo...” É assim que hoje, cheios de alegria, proclamamos Jesus ressuscitado como Cabeça de toda a criação, Cabeça da humanidade toda, Cabeça e sentido da história humana. E tudo isso ele o é enquanto Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo! Isso significa que toda a criação caminha para ele e nele será um dia glorificada; que toda história somente nele encontra a direção e o sentido profundo; e que a Igreja participa, de modo indissolúvel, da sua obra universal de salvação! Se toda salvação neste mundo somente pode vir através de Cristo, vem desse Cristo que é, inseparavelmente, Cabeça da Igreja. Assim, podemos e devemos dizer que sem o ministério da Igreja não há salvação possível! Isso mesmo: fora da Igreja não há salvação, porque ela é o Corpo do Cristo, sua Cabeça e único Salvador. Em outras palavras: todo ser humano de boa vontade e consciência reta pode salvar-se, mas pode-o somente porque Cristo, Cabeça da Igreja, morreu e ressuscitou e está à Direita do Pai em favor de toda a humanidade e age através da Igreja em benefício de todo ser humano, até de quem não crê nele!

Em terceiro lugar, glorificado, o Senhor é nosso Juiz! Para ele caminham a história humana e as nossas histórias. Somente ele pode ver nosso caminho neste mundo com seu sentido profundo, somente ele nos julgará, porque, à Direita do Pai, somente ele abarca toda a história com o seu Espírito e desvela seu sentido pleno; somente nele nossos pobres dias podem encontrar o Dia sem fim, o Dia pleno da glória eterna! Quarto: desaparecendo de nossa vista humana, ele nos dá o seu Espírito, inaugurando um novo modo de estar presente entre nós, mais profundo e eficaz: agora ele nos é interior, age em nós pela energia do seu Espírito Santo: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo!” – Essa promessa não é palavra vazia; é, sim, uma impressionante realidade! E é nesse Espírito que ele consola a Igreja e a guia na missão  pelas estradas do mundo. Em quinto lugar, sua presença na glória, à Direita do Pai, o constitui para sempre como nosso Intercessor, como diz o Autor da Epístola aos Hebreus: “Cristo entrou no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor!” (9,24). Eis como é grande a nossa certeza, como é profunda a nossa esperança, como é certo o nosso caminho: temos um Irmão nosso, um de nossa raça à Direita do Pai, intercedendo por nós!

Caríssimos, a hodierna Solenidade é também nossa festa e motivo de alegria para nós! Aquele que hoje sentou-se à Direita do Pai é o Filho eterno feito homem, é um de nós! Que coisa impressionante: hoje, a nossa humanidade foi colocada acima dos Anjos! Aquele que, como Deus, foi colocado no presépio e no sepulcro, hoje, como homem, foi colocado acima dos anjos, à Direita do próprio Pai! Ora, alegremo-nos: onde já está o Cristo, nossa Cabeça, estaremos um dia todos nós, membros do seu Corpo! Era isso que rezava a oração inicial da Missa de hoje: “Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é a nossa vitória: membros do seu corpo, somos chamados a participar da sua glória!” E a oração que faremos após a comunhão dirá claramente que junto do Pai já se encontra a nossa humanidade, no Cristo glorificado.

Irmãos e irmãs! Elevemos o olhar para o céu: à Direita do Pai, Deus como o Pai, encontra-se o homem Jesus, nosso irmão, um de nossa raça... Ele é o objetivo para o qual se dirigem a nossa existência e a historia humana, ele é o nosso Juiz, ele é o nosso Intercessor! Que nossa vida, neste mundo que passa, seja cheia do gosto da eternidade, porque nele, nossa esperança é certíssima! Não temamos: aquele que está no céu faz-se ouvir nas Escrituras e se nos dá em comunhão na Eucaristia para que o experimentemos, o anunciemos e o testemunhemos, até sermos plenamente unidos a ele quando aparecer em sua glória e entregar o Reino a Deus seu Pai. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje; ele o será por toda a eternidade” (Hb 13,8). Amém.".



quinta-feira, 29 de maio de 2014

É POSSÍVEL VIVER A FÉ NO AMBIENTE VIRTUAL?

Diácono Geraldo Felício da Trindade
Arquidiocese de Mariana

Cada dia mais a internet com suas ferramentas e opções estão presentes na vida das pessoas. Ela nasceu de uma experiência militar norte-americana com a finalidade de conectar computadores em diversas partes do mundo. A partir de então, estendeu-se até às universidades e de lá para o planeta e o cotidiano das pessoas. Por meio do ambiente virtual está-se presente em toda parte do planeta, comunica-se, divulga-se cultura, conhecimento, pensamento religioso...

Como inserir a mensagem do Evangelho neste universo? E a experiência de fé? E a realidade comunitária-eclesial?

Não basta ser simplista e pensar em "entrar" neste mundo digital; é preciso refletir em como "estar" nele.

A Igreja encara os meios de comunicação como dons de Deus, capazes de criar laços entre as pessoas, além de desempenharem um papel social na sociedade e na história. É impossível não perceber a importância e a centralidade que os meios de comunicação social conquistaram em nossa sociedade!

Cristo revelou-se na história e operou nela a salvação. Ele é a "grande comunicação" do Pai com o mundo. Desde então, a Igreja é desta preciosa dádiva guardiã e portadora. Ela guarda a fé; mas também é comunicadora deste depósito. Por isso, a comunicação pertence à essência da Igreja. No dizer do santo João Paulo II, as novas mídias são como "o primeiro areópago dos tempos modernos". Mesmo que estes meios de comunicação pareçam separados da mensagem cristã, eles oferecem oportunidades únicas para o anúncio do amor e da salvação de Cristo.

A nossa Igreja Católica cada vez mais se insere no mundo digital, por meio de sites, blogs, vídeos, redes sociais, palestras, músicas, aplicativos... Tudo isso faz parte da obra de evangelização e enriquece a vida da Igreja, pois ela precisa dialogar com o sujeito de nosso tempo. Trata-se de comunicar a fé com novas expressões e de maneiras atuais, mas a verdade da fé é a mesma: o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo por meio da proclamação do Evangelho e do testemunho.

Em um mundo indiferente e até hostil à fé cristã, a Jesus Cristo e ao Evangelho é preciso nutrir um desejo ardente de comunicar, de evangelizar no mundo real e virtual. O Evangelho é uma mensagem globalizada do cristianismo, as verdades da fé estão abertas a todas as pessoas e culturas. Um homem pós-moderno, vazio, materialista e carente só encontrará razão de viver e de ser em Cristo Jesus. São mais de 6 bilhões de seres humanos. Destes, 33% não ouviram falar de Jesus. Por isso é importante que se lance mão da internet de maneira criativa para que se assuma as responsabilidades de nossa fé e ajudemos a Igreja a cumprir com sua missão.

No dia 1 de junho comemora-se o dia mundial das comunicações sociais com o tema: "Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro". O papa Francisco convida a criar proximidade, união, solidariedade e encontro por meio das oportunidades que os meios de comunicação favorecem. A conquista da comunicação deve ser mais humana do que tecnológica. O convite do papa é que se abra as portas da Igreja no mundo digital para que o Evangelho cruze as paredes do templo e vá ao encontro de todos. Ele nos convida a refletir: "Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim?" As redes sociais e a internet de modo geral são lugares onde se pode viver a vocação missionária da Igreja, de redescobrir a beleza da fé e a beleza do encontro com Cristo. É preciso nos encantar por uma Igreja que consiga levar calor e inflamar o coração, "uma igreja companheira de estrada, que sabe pôr-se a caminho com todos".

O diálogo entre a Igreja e o mundo favorece que ela informe sobre o seu credo, explique as razões de sua fé e eduque catequeticamente melhor. A internet é, por isso, uma porta maravilhosa e fascinante, que, usada de forma segura, sadia e verdadeira, é capaz de promover um novo anúncio de Jesus, de tal maneira que cada vez mais, ouça-se falar do amor que Deus nos comunicou em Seu Filho, Jesus Cristo.

Porém, a realidade virtual não substitui a presença real de Cristo na Eucaristia, a comunidade, os sacramentos, a liturgia, a proclamação imediata e direta do Evangelho. Mas, os novos meios de comunicação podem completar, atraindo as pessoas para uma experiência mais integral da fé e enriquecendo a vida religiosa e catecumenal.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

COMUNIDADE SANTO EXPEDITO ACOLHE PLENÁRIO DOS GRUPOS DE REFLEXÃO

Agora há pouco, às 19h, na Comunidade Santo Expedito, aconteceu o Plenário dos Grupos de Reflexão da Paróquia São Sebastião. Foi um momento especial em que todos deram testemunho de como é levar a luz de cristo aos necessitados, no trabalho das diversas pastorais. "A igreja é como a lua que não tem luz própria; ela reflete a luz de Cristo". E assim nós também devemos refletir a luz de Cristo para o mundo. Ao final da reunião aconteceu a tradicional partilha, momento de descontração e confraternização.
Colaborou: Gabriela Cabral

DOM GERALDO CELEBRA 30 ANOS DE ORDENAÇÃO EPISCOPAL

Uma missa, neste sábado, 31, marcará as comemorações dos 30 anos de ordenação episcopal do arcebispo de Mariana-MG, dom Geraldo Lyrio Rocha. A missa será na Catedral de Mariana, às 10h, e terá também o rito de admissão de sete seminaristas da Arquidiocese que iniciaram a teologia este ano. Por esse rito, o seminarista assume a condição pública de candidato ao ministério ordenado.
Capixaba, de Fundão, dom Geraldo foi ordenado bispo no dia 31 de maio de 1984, em Vitória-ES, dezessete anos após sua ordenação presbiteral. Adotou como lema episcopal Opus fac evangelistae (Faze a obra de um evangelista). Antes de ser transferido para Mariana, em 2007, foi bispo auxiliar de Vitória (1984-1990), primeiro bispo da Diocese de Colatina (1990-2002) e primeiro arcebispo de Vitória da Conquista, na Bahia (2002-2007).

A Paróquia São Sebastião de Barbacena cumprimenta, carinhosamente, o nosso arcebispo pelos seus 30 anos de episcopado e reza a Deus, por intercessão da Virgem Maria e do Glorioso Mártir São Sebastião, pelas suas realizações vocacionais.

Padre Mauro Lúcio de Carvalho - Pároco
Padre Afrânio Vieira de Almeida - Vigário Paroquial
CPP, CCP's

LIBERDADE

Antônio José da Silva[1]

A liberdade é um dos mais nobres direitos que hoje temos.
Liberdade essa que, para alguns, muito tempo demorou,
Outros, porém, o próprio tempo silenciou.

Da fadiga do dia a dia,
Ainda muita gente é refém.
Da liberdade desmedida,
Muita gente se contém.

Quando do outro ouvimos um pranto,
Sempre nos vem a mente um canto.
Quando esse pranto em nada dos comove
É porque nem sempre somos santos.

A liberdade é essencial à vida, pois ela sempre nos dignifica.
Há sempre uma melhor liberdade a ser vivida,
Quando essa nos tranquiliza.

Liberdade, liberdade!
Tantos com tu sonhaste e tu a nós chegaste,
Para que haja em nosso meio o desejo de viver com prudência
Essa liberdade que tanto a vida beneficia.



[1] Antônio José da Silva, 31 anos, é natural de Viçosa-MG. Desde o início deste ano, frequenta os encontros do GOV (Grupo de Orientação Vocacional), com o desejo de discernir melhor a sua vocação. Antônio, hoje, cursa o 3º Ano do Ensino Médio. É Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística em sua Paróquia de origem, Paróquia São João Batista, em Viçosa.

terça-feira, 27 de maio de 2014

PAPA FALA SOBRE CELIBATO, ABUSOS E OUTROS TEMAS

No seu retorno a Roma da Terra Santa, ontem, 26, em conversa de quase uma hora com os jornalistas credenciados, no avião, o papa Francisco falou sobre momentos marcantes de sua viagem à Terra Santa, bem como sobre outros temas relevantes na vida da Igreja.

Abusos contra menores
“Neste momento, há três bispos sob investigação e um deles, já condenado, tem a pena em estudo. Não há privilégios neste tema dos menores. Na Argentina, chamamos os privilegiados de ‘filhos de papai’. Pois bem, sobre este tema não haverá filhos de papai. É um problema muito grave. Um sacerdote que comete um abuso, trai o corpo do Senhor. O padre deve levar o menino ou a menina à santidade. E o menor confia nele. E ao invés de levá-lo à santidade, abusa. É gravíssimo. É como fazer uma missa negra! Ao invés de levá-lo à santidade, o leva a uma problema que terá por toda a vida. Na próxima semana, no dia 6 ou 7 de julho haverá uma missa com algumas pessoas abusadas, na Santa Marta, e depois haverá uma reunião, eu com eles. Sobre isto se deve prosseguir com tolerância zero.”

Celibato dos padres
“Há padres católicos casados, nos ritos orientais. O celibato não é um dogma de fé, é uma regra de vida, que eu aprecio muito e creio que seja um dom para a Igreja. Não sendo um dogma de fé, há sempre uma porta aberta.”


Eventual renúncia
“Eu farei o que o Senhor me dirá de fazer. Rezar, buscar a vontade de Deus. Bento XVI não tinha mais forças e, honestamente, é um homem de fé, humilde como é, tomou esta decisão. Setenta anos atrás os bispos eméritos não existiam. O que acontecerá com os Papas eméritos? Devemos olhar para Bento XVI como uma instituição, abriu uma porta, a dos Papas eméritos. A porta está aberta, se haverá outros ou não, somente Deus sabe. Eu creio que um Bispo de Roma, ao sentir que lhe faltam forças, deva fazer as mesmas perguntas que o Papa Bento fez.”

Ortodoxos
“Com Bartolomeu falamos de unidade, que se faz em caminho, jamais poderemos fazer a unidade num congresso de Teologia. Ele confirmou-me que Atenágoras realmente disse a Paulo VI: ‘vamos colocar todos os teólogos numa ilha e nós prosseguiremos juntos’. Devemos nos ajudar, por exemplo, com as igrejas, inclusive em Roma, onde muitos ortodoxos usam igrejas católicas. Falamos do concílio pan-ortodoxo, para que se faça algo sobre a data da Páscoa. É um pouco ridículo: ‘Quando ressuscita o seu Cristo? O meu na semana que vem. O meu, ao invés, ressuscitou na semana passada’. Com Bartolomeu falamos como irmãos, nos queremos bem, contamos as dificuldades do nosso governo. Falamos bastante da ecologia, de fazermos juntos um trabalho conjunto sobre este problema.”

Outros temas
Francisco falou ainda da alegada investigação sobre um desvio de 15 milhões de euros dos fundos do Instituto para as Obras de Religião, em que estaria envolvido o antigo Secretário de Estado do Vaticano.


“A questão desses 15 milhões está ainda em estudo, não é claro o que aconteceu”, afirmou.

O Papa disse que quer “honestidade e transparência” na administração financeira do Vaticano e que a nova Secretaria para a Economia, dirigida pelo Cardeal Pell, vai “levar por diante as reformas que foram sugeridas” por várias comissões para evitar “escândalos e problemas”. Nesse sentido, recordou que cerca de 1,6 mil contas foram fechadas no IOR [Instituto para as Obras de Religião] nos últimos tempos.

Francisco confirmou que, além da viagem à Coreia do Sul em agosto, voltará à Ásia em janeiro de 2015, para visitar o Sri Lanka e as regiões afetadas pelo tufão nas Filipinas. O Papa mostrou-se preocupado com a falta de liberdade religiosa neste continente, falando num número de “mártires” cristãos que supera os dos primeiros tempos da Igreja.


Confira mais notícias (inclusive as imagens) sobre esta entrevista do papa em http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/05/papa-francisco-fala-sobre-temas-controversos-apos-viagem-israel.html

VALOR DA COMUNICAÇÃO

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
Ao celebrar a Festa da Ascensão, quando Jesus plenifica sua comunicação com o Pai, possibilitando a Aliança entre o céu e a terra, a Igreja destaca o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Neste ano o papa Francisco colocou como tema: “Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”. Significa que os meios podem ajudar as pessoas a se encontrarem e criar relações.
A comunicação, principalmente a Internet, deve possibilitar novas formas de relacionamentos, de proximidade e de encontro entre as pessoas. Como temos ouvido, os MCS [Meios de Comunicação Social] encurtam distâncias, globalizam o mundo e aceleram o processo histórico. Com muita facilidade leva a um desmoronar do direito de privacidade. Pode elevar a pessoa, como também consegue destruí-la em pouco tempo.
É inegável a importância da unidade da família humana. Assim podemos aprender mais uns com os outros, podendo inclusive harmonizar as diferenças por meios de formas diversas de diálogo no mundo da comunicação. Com isto chegamos a dizer que os meios disponíveis são uma coisa boa, um dom de Deus. Não obstante, há o perigo da superficialidade provocada pelo excesso de velocidade.
Jesus Cristo foi o grande comunicador do projeto de Deus Pai. Assumiu tal realidade a partir do relacionamento criado dentro de um grupo, chamado grupo dos Apóstolos. Ele os enviou para formar comunidades vivas, apoiadas na fraternidade e no compromisso mútuo. O isolamento era concebido como falta de comunicação.
A proposta de Jesus para os Apóstolos era de que eles fossem comunicadores da Palavra inspirada e que conseguissem atingir o coração das pessoas. Esse mandato continua na Igreja hoje, facilitado pelos grandes e perfeitos instrumentos que conseguem ressoar a Palavra com uma abrangência quase indeterminada.
Para uma espiritualidade “ativa”, a Igreja precisa estar presente na mídia com seu compromisso missionário de fazer de todas as pessoas discípulas de Jesus Cristo e vivam a comunicação como dom de Deus. Quem comunica faz-se próximo e reconhece seu potencial humano de proximidade, sem nenhuma atitude de manipulação e desrespeito para com o outro, criando diálogo.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

OLHAR A BOLA E O SOCIAL

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
A Copa do Mundo está se aproximando e a sociedade brasileira confirma sinais de que não tratará o futebol simplesmente com a habitual euforia. O “país do futebol”, cansado com o modo obsoleto de se fazer política, está emoldurando o mundial com a exigência de se promover mudanças. Não bastará, como de costume, fixar o olhar na bola. É imprescindível debater as questões sociais, investindo em transformações profundas. A euforia própria do futebol, com sua alegria que bem vivida congraça e inspira união de corações, precisa receber marcas incidentes. Trata-se de adicionar um componente cidadão que contribua para as reformas que o Brasil, especialmente o pobre, espera e precisa. Desta vez, a tática usada desde o Império Romano de distrair o povo das questões sociais e políticas com o entretenimento não pode funcionar.
Com frequência acompanhamos as notícias na imprensa sobre os jogos da Copa que, por exigência de seu órgão superior, poderiam ser realizados em oito estádios. Por isso mesmo, ninguém consegue entender a razão dos investimentos na construção extremamente onerosa aos cofres públicos dos estádios que são considerados desnecessários para o evento. Se confirmada a notícia, trata-se de outro indício da incompetência governamental no planejamento da destinação dos recursos que precisam ser suficientes para atender não apenas o futebol, mas, sobretudo, as necessidades inegociáveis e inadiáveis da saúde pública, educação, transporte, habitação, numa lista interminável de demandas e urgências.
O país do futebol tem nas mãos a oportunidade de não permitir que se manipule a euforia bonita e contagiante deste esporte. Uma tática obsoleta de “pão e circo” para desviar o olhar cidadão das questões que merecem críticas, respostas urgentes, encaminhamentos mais participativos e solidários. O discurso das ruas do ano passado, emoldurando a Copa das Confederações, efetivamente inaugurou esse novo tempo. São muitas as opiniões que apontam que os legados da Copa não serão como mostram as propagandas. De fato, o não cumprimento, ao longo de sete anos, a partir da escolha do Brasil para sediar o mundial, das promessas de investimento na infraestrutura, estradas, aeroportos, transporte urbano, com especial atenção para as conturbações das grandes regiões metropolitanas, um caos na vida do povo, é um legado negativo, que mostra a incompetência e a morosidade dos que estão gerindo a máquina pública.
É verdade que não é fácil corresponder às necessidades de hoje, “tapando os buracos” que se formam pelo arrastar-se de coisas do passado, e projetar ao mesmo tempo o futuro. Mas, a incompetência na escolha de prioridades, junto com o partidarismo patológico e atrasado da política brasileira, interesseira, cartorial e coronelista, deveriam incomodar mais governantes e políticos, impedindo-os de se sentirem à vontade na festa do povo. Uma festa que deve acontecer na paz e no respeito mútuo, cultivando o espírito de congraçamento pela euforia e pelo acolhimento de visitantes, especialmente os que vêm do exterior, num exercício cidadão de receptividade e solidariedade. Esse clima alegre e especial pode favorecer a inteligência para que se escolha bem as prioridades da vida privada e, sobretudo, aquelas da vida pública, quando se tem a oportunidade de servir e de fazer o bem, promovendo a justiça para todos.
O grande legado da Copa do Mundo não será a construção onerosa dos estádios, mesmo considerando suas outras possíveis destinações; nem se fala dos investimentos prometidos e não realizados na infraestrutura, sem deixar de reconhecer o que avançou; nem mesmo uma esperada campanha vitoriosa da seleção brasileira. O grande legado poderá ser uma consciência social e política mais aguçada dos cidadãos brasileiros para empurrar com sua força, não apenas nas urnas, mas diariamente e nos diferentes segmentos, as mudanças cotidianas e as respostas urgentes que precisam ser dadas para não se continuar a sacrificar indiferentemente os pobres, não perpetuar gestos e estilos de vida na contramão da cidadania. Precisamos fazer crescer uma condição de brasilidade que guarda marcas de profundos sentimentos fraternos e a abertura para solidariedades.
A Arquidiocese de Belo Horizonte, em sintonia com a Igreja Católica no Brasil, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em cooperação com outros segmentos sociais e religiosos da sociedade brasileira, tem programação própria, já em curso, especialmente para o mês da Copa do Mundo. Uma série de atividades que contemplam a acolhida religiosa e fraterna de visitantes nas igrejas e santuários, ocasiões para a vivência de momentos culturais, de espiritualidade e também de encantamentos, diante de belezas como o conjunto arquitetônico, religioso, cultural e paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade, na Serra da Piedade, ou da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha. No contexto destas atividades, a Arquidiocese conclama sua grande rede de comunidades de fé para ações que objetivem o fortalecimento da consciência política e a busca de um refinado sentido social. Neste período de festividades, vamos intensificar a coleta de assinaturas para que a iniciativa popular faça avançar a Reforma Política, uma grande urgência de nosso país. Cada um, com seu título de eleitor, é convidado a aderir e também a avaliar, neste ano eleitoral, quais políticos lutam por esta mudança necessária. Em paz e de maneira cidadã, vamos celebrar a Copa do Mundo de olho na bola e no social.

domingo, 25 de maio de 2014

COMUNIDADE SÃO DOMINGOS CELEBRA 6o DOMINGO DA PÁSCOA


A Comunidade de São Domingos de Gusmão celebrou neste domingo, 25, o 6º domingo da Páscoa, encerrando assim o mês dedicado à nossa Mãezinha do Céu.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo Padre Afrânio que, ao iniciar a homilia, pediu as luzes do Espírito Santo, nos levando a refletir sobre a diferença entre ouvir e escutar a Palavra de Deus.  

Quando a ouvimos ela não fica gravada em nosso coração, mas quando a escutamos de verdade ela cria raízes em nosso coração e em nossa vida. Precisamos ter noção que somos verdadeiros filhos de Deus, para que se acenda em nós o amor de Jesus, e que aprendamos a aceitar esse amor. Temos que aprender a deixar Jesus sair de nossa cabeça e chegar ao nosso coração, porque assim seremos transformados de verdade. O amor de Jesus por nós é incondicional, é gratuito, e por esse amor Ele foi capaz de morrer por nós. Precisamos ter amor a Deus em primeiro lugar, porque só assim saberemos amar o próximo e a nós mesmos.
 
Ao final da homilia nos deixou a seguinte pergunta, para que reflitamos: “Será que aqueles que estão a nossa volta, que convivem conosco, conseguem ver em nós o amor de Deus?”

Ao final da celebração foi realizada a homenagem à Nossa Senhora, com a coroação feita pelas crianças da comunidade.
 








Colaboração: Valéria Mattos e Niuzeth Matos

COMUNIDADE SANTO EXPEDITO CELEBRA MAIS UM DOMINGO

Hoje, 6° domingo da Páscoa, 25/05, na Comunidade Santo Expedito, aconteceu mais uma celebração dominical: "Não vos deixarei órfãos".

Na homilia, padre Afrânio nos levou a meditar o tamanho do nosso amor por Jesus. "Quem é Jesus para nós? Temos que ter Jesus como uma pessoa amada e não uma ideia... Temos que tê-Lo no nosso coração e não na cabeça como um simples pensamento. Jesus não nos deixa órfãos; Ele nos deixa seu espírito, o Espírito Santo, para que não nos sintamos abandonados, e sim amados. E cabe a nós a responsabilidade de espalhar esse amor de Deus no mundo".
No final da celebração, as crianças de nossa Comunidade prestaram uma homenagem a Nossa Senhora encerrando o mês de Maria. E os aniversariantes receberam a benção e os parabéns da comunidade.
Colaboraram: Eliane Martin e Gabriela Cabral


24 DE MAIO - DIA DEDICADO À NOSSA SENHORA AUXILIADORA

No dia dedicado à Nossa Senhora Auxiliadora, a missa foi celebrada às 18h, sendo presidida por Padre Afrânio. Houve a participação especial da Comunidade São Domingos, seminaristas e vocacionados. 

Em sua homilia, Padre Afrânio questionou sobre quem ouviu e quem escutou a Palavra de Deus. 

"Há diferença entre ouvir e escutar? Muitos ouviram, nem todos escutaram. Maria escutou, confiou, entregou-se e a obra aconteceu. Assim como Deus chamou Maria, também nos chama a amar e salvar a humanidade no amor. Maria, disse "Sim", com todas as consequências ao chamado. O Sim que salvou a humanidade. E nós? Qual será nossa resposta? Será aquele sim/não, sim mais ou menos ou o sim, com todas as consequências? Para esse sim, é preciso "escutar" o chamado de Deus e que não tenhamos medo, pois Maria nos auxiliará."

Após a comunhão, seguiu-se procissão com a imagem de Nossa Senhora por algumas ruas do bairro, enfeitadas com flores, balões, toalhas nas janelas, velas, transmitindo amor e devoção à Maria. Ao chegar à capela, crianças da comunidade coroaram Nossa Senhora. Houve sorteio de uma cesta com imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. Ao final, todos se confraternizaram nas barraquinhas.

A Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora agradece a todos que participaram e colaboraram de alguma forma e também aos padres Mauro e Afrânio pela dedicação. Que Nossa Senhora Auxiliadora abençoe e interceda por todos.






















Colaboração: Leila Batista