sábado, 10 de maio de 2014

MÃOS DE MÃE



Débora Ireno Dias

Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo
(Toquinho)

Sempre me lembro de Mamãe cantando esta música, e ela reflete bem minha infância: minha mãe andando atrás de mim com chinelo na mão! E não foram poucas a palmadas que ganhei devido ao meu jeito arteira de ser! Palmadas e puxões de orelha, fora o olhar severo em determinados lugares e momentos em público! Por isso, devo a ela – e ao Papai também, antes que haja ciúmes (risos) – pela educação que hoje tenho.

Mas não é apenas do chinelo na mão que me lembro. As mãos pesadas que empunharam enxada, passaram cera na casa, cuidaram dos animais, tornavam-se macias e leves ao pentear meus cabelos (sim, meus cabelos eram lisinhos iguais aos dela), ao passar creme Nívea na minha pele para que eu não ficasse com coceira no frio, ao cortar os tecidos que depois se tornavam roupas de princesas para eu e minha irmã.

E as panelas?! Ah, lembro bem dela pegando as panelas e misturando todos os cheiros e sabores para logo se transformarem em divinos prazeres gastronômicos. E não falo de pratos arrojados, mas do simples feijão-arroz-verdura-carne-salada. Verdadeira alquimia. E quando chegava em casa com um receita nova, vinda da feira ou de algum bate papo com amigas, não sossegava enquanto não escutava nosso aval! Verdadeira fada!

E se as mãos hoje não empunham mais enxada nem tratam animais, continuam macias e leves, prontas para fazer carinho, para acolher quem pede ajuda, para plantar flores, colher verduras, cozinhar os melhores sabores, tudo acompanhado de um sorriso e uma risada que só ela tem. Minha mãe!

Feliz dia para todas as mães!

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