“Ao nome de Jesus, se
dobre todo o joelho no céu, na terra e no inferno; e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, l0 -11).
Adorar
vem do latim ad-orare, ato supremo
de culto, denominado latria, devido
somente a Deus. A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a
Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Dono
de tudo que existe, o amor infinito e misericordioso. “Adorarás ao Senhor teu
Deus e só a ele prestarás culto” (Lc 4,8), diz Jesus citando o Deuteronômio
(6,13) – CIC 2096.
Adorar a Deus é, no respeito e na submissão
absoluta, reconhecer “o nada da criatura”, que não existe a não ser por Deus.
Adorar a Deus é, como Maria no magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a
si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que seu nome é
santo. A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da
escravidão do pecado e da idolatria do mundo – CIC 2097.
No Evangelho de São Mateus, 4,8-10, temos a
seguinte narração: “O demônio transportou-o uma vez mais, a um monte muito alto
e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: dar-te-ei
tudo isto se prostrando-te diante de mim,
me adorares. Respondeu-lhe Jesus: Para
traz satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele
servirás” (Dt 6,13).
Depois de uma série de
tentações, no final, Satanás pede a Jesus que, por um momento se prostre diante
dele e o adore. Isso equivale reconhecê-lo como divindade. Ele chega a oferecer
a Jesus todos os reinos do mundo por esse momento de adoração. Inversão de
valores. O cúmulo do absurdo!
Esse trecho do Evangelho provoca em nós
alguns questionamentos: se adorar é uma atitude física simbolizando submissão, como
ficou evidente no texto, como a gente deve se comportar dentro da igreja
durante o culto litúrgico? Como se comportar diante do Santíssimo, no momento
da Consagração, quando temos diante de nós o Cristo Vivo, o Deus Conosco? Como
é bela a saudação da comunidade, “meu
Senhor e meu Deus”, em seu arroubo de fé, nesse momento tão solene, em que Jesus é “elevado”!
Infelizmente, nós nem sempre fazemos a
coisa certa A liturgia da Igreja é muito rica. Muitas são as formas para
adorarmos nosso Deus, reconhecendo-o como nosso soberano Senhor: por palavras,
gestos, cantos, prostração
(ajoelhar-se) pelo menos em alguns momentos mais solenes (isto para quem tem condições físicas de fazê-lo), silêncio
nos momentos devidos. São formas variadas de adorar a Deus. O que temos feito
nos nossos templos e dos nossos templos? Tem sido realmente isso? Há momentos que
nosso comportamento nos cultos não corresponde ao que nos foi ensinado.
Se, diante de uma autoridade considerada
importante, por questão de ética, temos um comportamento diferenciado,
respeitoso, porque não fazermos justiça Áquele que é a razão de tudo. Claro que
Ele se fez como um de nós. Porém, não devemos tratá-lo como uma autoridade
qualquer. É uma questão de justiça. Dar a Deus o que é de Deus.
A
finalidade da nossa participação do culto na Casa de Deus é servir a Deus E no
culto a Ele, nosso Pai, exercitar entre nós a caridade fraterna. (cf. Mt 21,12-17). Aí está a Quaresma e, com ela, mais uma Campanha da Fraternidade,
neste ano, com o lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra” (Eclo 38,8) e o
tema “A Fraternidade e a Saúde Pública”.
É um momento oportuno, para, solidários
com Jesus no deserto, revermos nosso relacionamento com Deus e com o próximo.
Que tipos de adoradores temos sido? Como temos vivido a fraternidade cristã?
O homem é
grande, quando dobra os joelhos, adorando o Senhor Absoluto, o Criador e
Soberano do Universo.
Ladislau
Ireno - Paroquiano de São Sebastião
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