sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Homilia da Festa da Apresentação do Senhor



Amados irmãos e irmãs, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
A Apresentação do Senhor é uma festa antiquíssima de origem oriental. A Igreja de Jerusalém já a celebrava no século IV.  É interessante um comentário sobre esta celebração no qual se diz que esta festa “se celebrava com a maior alegria, como se fosse Páscoa”. De Jerusalém, a festa se propagou para outras igrejas do Oriente e do Ocidente. No século VI, estendeu-se ao Ocidente com desdobramentos próprios: em Roma, com um caráter mais penitencial e na Gália, com a solene bênção e procissão das velas popularmente conhecida como a “candelária”. Daí que a procissão com velas se associou a essa festa. A Igreja romana celebrava e celebra ainda hoje esta festa quarenta dias depois do Natal. Passados, pois, estes quarenta dias do Natal, a Apresentação do Senhor, embora não ocorra propriamente no tempo do Natal, encerra, portanto, as celebrações natalinas e com a oferta da Virgem Mãe e a profecia de Simeão (Lc 2,33-35) abre o caminho rumo à Páscoa (cf. Missal Romano, 2 de fevereiro).
A festa da Apresentação do Senhor, segundo padre Bantu Mendonça, celebra uma chegada e um encontro: a chegada do Salvador esperado, núcleo da vida religiosa do povo, e as boas-vindas concedidas a Ele por dois representantes dignos da raça eleita: o velho Simeão e a profetiza Ana. Por sua idade já avançada, estes dois personagens simbolizam os séculos de espera e de fervoroso anseio dos homens e mulheres devotos da Antiga Aliança. Na realidade, representam a esperança e o anseio da raça humana.
Neste sentido, amados irmãos e irmãs, Maria e José, para cumprir a Lei e a Tradição, apresentam no Templo o seu Filho primogênito. Estes pais, humildes e pobres, como se pode notar pelos animais que sacrificam – um par de rolas ou dois pombinhos – não só apresentam o seu filho, mas o próprio Filho de Deus, ‘a luz para iluminar as nações’. Apresentam, no menino de Nazaré, a humanidade que deve se consagrar a Deus. O Menino Deus, que Simeão e Ana avistaram é o Homem capaz de socorrer os que sofrem em meio às trevas deste mundo, marcados pela ausência da luz. É Ele que, assumindo nossa mesma condição, veio para destruir com sua própria morte todo poder de morte. Ele é sim sinal de contradição porque onde existirem trevas Ele se fará presente com sua glória, iluminando e transformando os corações. Daí que nossos corações também precisam contemplar a salvação como Simeão, isto é, também nós precisamos nos tornar templos vivos onde Jesus Cristo possa se apresentar ao Pai. Que o nosso anseio pela presença de Deus seja alimentado por esta festa de tal modo que, como lembramos no início dessa celebração, na bênção das velas, levando-as nas mãos em Sua honra e seguindo o caminho da Virtude, cheguemos à luz que não se apaga. Que também nós possamos nos dirigir, com a força do Espírito Santo, como o foram Ana e Simeão, ao encontro de Cristo. Que Maria, a Senhora das Candeias, a Senhora da Luz, porque trouxe e apresentou ao mundo o Salvador, interceda por nós todos e nos auxilie nessa nossa peregrinação rumo à casa do Pai. Amém!
Pe. Euder Daniane Canuto Monteiro
Vigário Paroquial

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