"Mais de 200 mil peregrinos acompanharam na manhã
desta quarta-feira, 27, a última audiência pública do papa Bento XVI, a
Praça de São Pedro. Apesar do frio, o sol brilhava.
Ao entrar na Praça, o papa fez um giro abençoando
a multidão que agitava bandeiras de várias partes do mundo e cartazes com
mensagens de apoio como “nós estamos todos do seu lado”. Nesse percurso, dom
Georg, o secretário particular, levou várias crianças para que recebesse um
beijo do papa. O veículo chamado “papamóvel”, depois de passar por todos os
corredores na Praça, subiu até o centro da plataforma que fica diante da
Basílica Patriarcal de São Pedro aonde realizou sua catequese costumeira.
O início da audiência foi marcado pela
proclamação de um trecho do primeiro capítulo da Carta de São Paulo aos
colossenses. Em seguida, Bento XVI agradeceu a numerosa presença de fiéis,
disse que estava comovido e que via a “Igreja viva”. Agradeceu e disse que
“abraçava” toda a Igreja. Prometeu levar a todos por meio da oração. “Neste
momento existe em mim muita confiança”, disse. Lembrou o dia 19 de abril de
2005 quando assumiu o ministério petrino, quando ressoaram as palavras:
“Senhor, por que me pede isso?”, mas como considerou a vontade de Deus,
aceitou. Bento XVI disse que oito anos depois pode afirmar que Deus esteve
sempre presente e atuante.
O papa disse que sempre soube que o barco da
Igreja não é nosso, mas é de Deus e Ele não vai deixar esse barco afundar.
“Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. O dom da fé é o dom
mais precioso que temos e que ninguém pode nos tirar”, reforçou Bento XVI. Ele
disse também que um papa nunca está sozinho na condução do ministério petrino.
Considerou a ajuda dos cardeais, o secretario de estado e todos da Cúria. “Um
pensamento especial à Igreja de Roma, minha diocese”, referiu-se ao povo da
diocese afirmando que em seus contatos, esteve muito próximo a todos como pai.
Expressou gratidão ao Corpo Diplomático da Santa
Sé e aos serviços de comunicação que favorecem a comunhão da Igreja no mundo
inteiro. “O papa pertence a todos e muitas pessoas se sentem próximas dele”,
sublinhou. Disse que recebe cartas de pessoas ilustres, mas também recebe
mensagens de pessoas simples que o tratam como membro de um corpo vivo, o corpo
de Jesus Cristo. Num tempo em que muitos falam de declínio da Igreja, ele sente
a força da Igreja.
O papa recordou que ao perceber a diminuição de
suas forças não pensou no seu próprio bem, mas no bem da Igreja. “Amar a Igreja
significa também fazer escolhas difíceis”, declarou. Bento XVI lembrou que quem
assume o ministério petrino abre mão de sua vida particular, porque não
pertence mais a si mesmo: “pertence a todos e todos pertencem a ele”. Ele
garantiu que não volta a uma vida privada com a movimentação normal, mas
permanece no ambiente de São Pedro. E, por fim, agradeceu a todos que
compreenderam a sua decisão e repetiu que repetiu que continua acompanhando a
vida da Igreja.
Bento XVI, no final de sua palavra, pediu a todos
que rezem pelos cardeais na escolha do novo papa. E terminou com uma declaração
fraterna e carinhosa: “Caros amigos: Deus guia a sua Igreja”. Seguiu-se um
longo aplauso".
Fonte: CNBB
Disponível em: http://www.arqmariana.com.br
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