Nestes tempos modernos, nós somos interpelados pelos meios de comunicação, bombardeados com inúmeras campanhas e solicitações vindas de muitas e variadas instituições: a Rede Globo, todos os anos, entra em todos os lares do Brasil, com a campanha “Criança Esperança”; a LBV – Legião da Boa Vontade via telefone, com chamadas e torpedos a nível nacional; as instituições católicas espalhadas pelo Brasil: Rede Vida, Canção Nova, Século XXI, TV Aparecida, Pai Eterno, Legionários, etc; todas solicitando apoio, fazendo campanhas, pedindo ajuda. Quantos milhões são arrecadados pela Rede Globo e pela Legião da Boa Vontade? Quantos milhões são arrecadados pela Canção Nova, Século XXI, Rede Vida, mensalmente?
Por outro lado, em nossa cidade, existem numerosas paróquias, todas com muitas iniciativas pastorais; vários movimentos eclesiais; inúmeros projetos sociais; sem contar as necessidades de manutenção dos templos, Igrejas e capelas, com reformas e construções; todas estas ações, projetos e iniciativas dependem de campanhas, rifas, almoços, bailes, etc, para conseguir recursos, pois só com a Pastoral do Dízimo não é possível administrar tantas urgências e necessidades.
Não posso e não quero entrar no mérito de nenhuma destas campanhas, pois não conheço todas as motivações que deram origem às mesmas. Todas podem ser legítimas, necessárias, urgentes e de fins filantrópicos definidos. Contudo, nós cristãos católicos, precisamos parar e fazer uma reflexão séria e extremamente necessária: onde devo entregar o meu dízimo e a que campanhas devo aderir, apoiar, incentivar, participar!?
Por que faço todas estas indagações? Infelizmente por uma triste constatação: Preferimos, na maioria das vezes, ajudar estas instituições a nível nacional e negamos o Dízimo e a nossa oferta para a Comunidade que frequentamos. Lembro a todos que, um dos fundamentos da nossa fé católica é a vivência em comunidade! É aqui, onde moramos; onde recebemos os sacramentos, batismo, crisma, confissão; onde nos alimentamos da Palavra do Senhor, da Eucaristia; onde celebramos a nossa fé, semanalmente, que devemos apoiar, incentivar, participar, interagir. É uma questão de justiça e de compromisso com o próximo!
Se invertêssemos essa ordem de prioridades e aplicássemos o nosso dízimo e nossas ofertas na paróquia que vivemos ou na comunidade onde participamos não haveria necessidade de tantas campanhas paralelas. Muitas outras iniciativas seriam possíveis na dimensão social, comunitária e religiosa do Dízimo.
Temos projetos belíssimos em nossa cidade que estão morrendo sem apoio financeiro: Você sabia que a Fundação João XXIII, situada em Barbacena, com a Pastoral da Criança e do Menor é uma iniciativa da Arquidiocese de Mariana? São mais de seis casas de acolhida para crianças em situação de risco em nossas periferias! Você sabia que o Instituto Bom Pastor, com 25 casas terapêuticas, que visam a inserção social das pessoas portadoras de deficiência mental é uma iniciativa da nossa Igreja? Você sabia que o Projeto Pão e Beleza, para moradores de rua, foi instituído pelo Santuário da Piedade? Você sabia que o Centro de Acolhimento Dom Bosco, para dependentes químicos, nasceu na Paróquia de São Sebastião?
Cito apenas alguns projetos para que nos conscientizemos de que nosso Dízimo e Ofertas podem dar muito mais frutos se semeados onde vivemos! Aqui conhecemos as pessoas que administram estes projetos, conhecemos as necessidades e urgências de nossas comunidades, sabemos onde e como estão sendo aplicados os recursos que dispomos para o bem do nosso próximo, verdadeiramente próximo, perto de nós. Dar o dízimo para uma instituição em São Paulo, Goiás ou em qualquer parte do planeta, pode aliviar nossa consciência, mas não substitui o nosso compromisso com a Igreja de Jesus Cristo, comunidade de vida e oração, onde alimentamos a nossa fé e esperança!
Côn. Tarcísio Sebastião Moreira - Pároco
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