“Que a saúde se difunda sobre a terra”
(Eclo 38,8)
Em um mundo cada vez mais veloz, no qual o tempo passa a ser
o regente da vida humana e a sociedade vivencia uma profunda crise
antropológica (EG 55), a busca por mais saúde e bem-estar é cada vez mais presente
na vida do ser humano. Muitas vezes, essa busca apela até mesmo para meios
místicos, como a espiritualidade. Afinal, há uma correlação entre saúde,
bem-estar e espiritualidade?
Podemos avaliar a espiritualidade (especificamente a cristã),
a saúde e o bem-estar com as seguintes definições:
_Espiritualidade é a condição e a natureza de espiritual. Este
adjetivo (espiritual) refere-se àquilo que pertence ou que é relativo ao
espírito. A noção de espírito, por sua vez, está relacionada com uma entidade
não corpórea, à alma racional, à virtude que incentiva o corpo para obrar ou ao
dom sobrenatural que Deus concede a certas criaturas. É um deixar-se guiar pelo
espiritual, não limitando nossa existência puramente ao físico, mas
ultrapassando esses limites para o metafísico.
_Saúde significa o estado de normalidade de funcionamento do
organismo humano. Ter saúde é viver com boa disposição física e mental. Além da
boa disposição do corpo e da mente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) inclui
na definição de saúde, o bem-estar social entre os indivíduos.
_Bem-estar é um conjunto de práticas que engloba uma boa
nutrição, atividade física, bons relacionamentos interpessoais, familiares e
sociais, além de controle do estresse. Pode-se assim dizer que bem-estar significa
a saúde no seu sentido mais amplo, de maneira ativa e em todos os seus
aspectos.
As implicações da espiritualidade na saúde vêm sendo
cientificamente avaliadas e documentadas em centenas de artigos, demonstrando
sua relação com vários aspectos das saúdes física e mental, provavelmente
positivos e possivelmente causais. A espiritualidade e sua relação com a saúde
tem se tornado claro paradigma a ser estabelecido na prática médica diária.
A Association of
American Colleges coloca como sendo fundamental na formação dos acadêmicos
de medicina uma formação adequada na área da espiritualidade:
“Os estudantes devem ser advertidos que espiritualidade e
crenças culturais e suas práticas, são elementos importantes para a saúde e o
bem-estar de muitos pacientes. Eles deverão ser advertidos que é necessário
incorporar esta espiritualidade, e crenças culturais e suas práticas, dentro
dos cuidados dos pacientes numa variedade de contextos clínicos. Eles
reconhecerão que sua própria espiritualidade, crenças e práticas, possivelmente
afetarão os caminhos de relacionamento e cuidados com os pacientes”.
Uma situação que chama a atenção nesse ponto, é a de curas
promovidas pela fé por motivos ainda incompreendidos pela ciência. Um exemplo
disso, é o das pílulas de São Frei Galvão.
Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito
aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a
vida. Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do Ofício da
Santíssima Virgem: Pos partum Virgo,
Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do parto, ó
Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós).
Deu-os ao homem,
que por sua vez levou-os à esposa. A mulher ingeriu os papelinhos, que Frei
Galvão enrolara como uma pílula, e a criança nasceu normalmente.
Esta foi a origem
dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos
devotos de Frei Galvão, e até hoje são fornecidos para pessoas que têm fé na
intercessão do Servo de Deus.
O Dr. Claudio Luiz Lottenberg,
oftalmologista e presidente do Hospital Israelita Albert Einstein diz que “acredita que a fé, como sentido construtivo, positivista, atua na
estruturação psicológica e tem um papel importante, já documentado
cientificamente. [...]
A fé pode ter aspectos positivos que
oferecem mais equilíbrio e bem-estar, além de uma recuperação mais rápida e
objetiva”.
“A vida e a saúde física são bens preciosos, confiados por
Deus. Temos a obrigação de cuidar razoavelmente desses dons, tendo em conta as
necessidades alheias e o bem comum. O cuidado da saúde dos cidadãos requer a
ajuda da sociedade para se conseguirem condições de vida que permitam crescer e
atingir a maturidade: alimentação e vestuário, casa, cuidados de saúde, ensino
básico, emprego, assistência social. ” (CIC 2288). Nesse trecho do Catecismo da
Igreja Católica, é firmada uma relação entre o bem-estar da população e sua
saúde, tendo em vista as condições básicas de qualidade de vida que geram o
bem-estar do povo, propiciando assim um caminho efetivo para a saúde.
Nas Sagradas Escrituras, nos é orientado um cuidado para com
nosso corpo (saúde e bem-estar) visando uma boa relação com o espiritual; “Acaso
não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês,
que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de vocês mesmos? Vocês foram
comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo”
(1 Coríntios 6:19-20). Além disso, nosso corpo também representa uma conexão
com o metafísico, pois “a unidade da alma e do corpo é tão profunda que se deve
considerar a alma como a ‘forma’ do corpo; quer dizer, é graças à alma
espiritual que o corpo, constituído de matéria, é um corpo humano e vivo. No
homem, o espírito e a matéria não são duas naturezas unidas, mas a sua união
forma uma única natureza” (CIC 365).
Por fim, a correlação entre esses três elementos – saúde,
bem-estar e espiritualidade – se mostra como um fator relevante e curioso na
sociedade moderna. Mesmo não sendo completamente compreendida, essa relação
gera grandes benefícios para a sociedade, seja na obtenção de mais saúde ou
bem-estar. Busquemos, pois, mais saúde para nossas vidas, afinal “Deus veio ao
mundo para que todos tenham vida, e a tenham em plenitude” (cf. Jo 10, 10b).
Seminaristas:
Carlos Geovane
Stéfano
Wellington
Edgar
Reginaldo
Carlos Geovane
Stéfano
Wellington
Edgar
Reginaldo
Texto apresentado na aula de Educação Física
Professora Débora Ireno Dias
Seminário Propedêutico
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