segunda-feira, 24 de junho de 2013

TEMPOS MODERNOS



Débora Ireno Dias


Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear

Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...
” (Tempos Modernos, Lulu Santos)


Nesses dias em que, de hora para outra, o Gigante acordou e começamos a ver pipocar manifestos, caras pintadas e todo o tipo de insatisfação com a “politicagem” que roda nosso país afora, nosso estado e nossa cidade, esta música vem me trazer um sentimento de esperança. Aliás, foi esta a música que tocou logo após eu terminar meu discurso na formatura da UFV, falando em nome de 500 formandos, em outubro de 1998.


Tempos modernos porque, a partir de um “simples” aumento na passagem de ônibus, começamos a questionar todos os tipos de abusos políticos que temos vivido nos últimos tempos, ou desde que nos entendemos por brasileiros. O que era debatido apenas nas redes sociais ou rodas de amigos agora tomou as ruas, as casas, as mídias em geral, o sagrado almoço de domingo em família.


Tempos modernos porque vejo adolescentes e jovens, antes alienados por conta de tanta informação – que, muitas vezes, acaba por não formar nada –, indo às ruas, sabendo o que estão gritando e pelo que estão indignados.


Tempos modernos porque vejo os jovens de 68 e 84, e tantos outros de 92 (eu!) voltando às ruas com novo vigor, impulsionados pela força que emana dos novos “caras pintadas”, e com mais coragem e maturidade para falar daquilo que reprime, deixa insatisfeito e aprisiona.


Tempos modernos porque, quem sabe, a partir de vários manifestos Brasil afora, Barbacena afora..., não teremos a chance de mudar aquilo que não nos convém, não nos engrandece, não nos faz ser “pátria amada”?


Porém, não basta apenas manifestar, pintar a cara, gritar e “compartilhar” a indignação. Há de se ter uma postura diferente a partir de agora. Há de se rever os próprios comportamentos, fazer o que é certo, e não no famoso “jeitinho brasileiro”. Há de se (re)aprender a viver com o diferente, respeitando as ideias e as atitudes, desde que elas não agridam a maioria, não sejam contra o ser humano. Há de se acordar todos os dias para um novo tempo de mudança, de novas atitudes, para que não fiquemos mais “deitados em berço esplêndido”.

PASCOM - Paróquia São Sebastião

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