domingo, 27 de outubro de 2013

CONCÍLIO VATICANO II

Ladislau Ireno Filho

Pelo que representa para a Igreja e para o mundo, tudo o que já foi dito sobre o Vaticano II é pouco. Para mim, que vivi os anos que o antecederam e os que se sucederam até hoje, é motivo de grande alegria ter testemunhado, juntamente com tantos outros do meu tempo, tão grande evento, que considero um dos grandes “Trunfos de Deus” para a solução dos problemas da Igreja e da humanidade.

Eu era jovem. Engajado nas coisas da Igreja como: vicentino, congregado mariano, grupo de jovens, (Oásis, o primeiro de Barbacena, sob a direção espiritual do saudoso padre José Pinheiro da Cunha), catequese e outras atividades afins. Vibrava com tudo o que se relacionava a Ela. E sofria também quando ela sofria. A morte de Pio XII, em 1958, foi um desses tristes momentos. Através dos meios de comunicação social, estava atento a tudo o que se relacionava à Igreja. 

O mundo se recuperava de duas terríveis guerras mundiais. Precariamente, tentava se ajustar. A guerra fria (guerra de mentira) ameaçava ser uma guerra de verdade. Kennedy e Kruschev trocavam ofensas, mas, ao mesmo tempo, tentavam evitar lançar o mundo num holocausto nuclear. O astronauta russo Gagarin dera uma volta em torno da Terra, seguido, um ano após, pelo americano John Glenn. Era a corrida pela conquista do espaço. O mundo parecia um vulcão em erupção, pronto a explodir a qualquer momento. 

Quanto á Igreja, esta se caracterizava uma Entidade de costas para o seu povo. O padre celebrava de costas para a comunidade. As celebrações litúrgicas eram em latim. Enquanto o padre celebrava a missa, os fiéis rezavam o terço. As celebrações eram conduzidas exclusivamente pelos clérigos, fazendo da Igreja uma grande casa fechada ao Povo de Deus. 

Nesse cenário histórico, no dia 11 de outubro de 1962, a força do sopro do Espírito Santo, através da atitude de João XXIII, sucessor de Pio XII, com a presença de 2.540 bispos de 86 países, 480 teólogos, além de representantes do protestantismo e das Igrejas Orientais, varreu a poeira de muitas décadas acumulada na Igreja - “Tenda do povo de Deus na Terra” -, abrindo-lhe as portas e as janelas a todos os filhos de Deus. A renovação litúrgica foi ampla. A Igreja se colocava de frente para o seu povo, face a face, falando a sua linguagem - vernácula - celebrações litúrgicas na língua de cada país. Espaços foram dados aos leigos. Foi um dos mais belos momentos que vivi e continuo a viver.

Mas, para que o “grande evento” atingisse o seu fim, o Vaticano II gerou 16 importantes documentos, ainda não totalmente explorados.  
       
Pio IX, de 1869 a 1870, nos deu o Vaticano I. João XXIII e Paulo VI nos deram o Vaticano II, cuja ferramenta, por obra do Espírito Santo, norteará ainda por muito tempo os destinos da Igreja e do mundo na busca da paz. A Carta Apostólica de Bento XVI, Porta Fidei (Porta da Fé), lançada em outubro de 2012 em preparação da comemoração dos 50 anos do Concilio Vaticano II, em 2013, nos exorta, à luz da fé e da oração, a conhecermos melhor esses documentos. 

É a Igreja de Cristo, viva, incomodando sem se acomodar, sob o influxo do Espírito Santo, agindo para termos um mundo melhor. Participemos da comemoração dos 50 anos do Vaticano II, vivenciando melhor a nossa fé. Que assim seja!

PASCOM - Paróquia São Sebastião

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