Nuvens, chuva, tempestade

Débora Ireno Dias

Se tem algo que me deixa mal humorada é a tal da chuva. Quando cai à noite, mansa, sem luzes e barulhos, ainda vai. Mas quando vem ao longo do dia, naquela hora em que todos correm com seus afazeres, com raios, relâmpagos e trovões, além de medo, causa-me mal humor.

Medo pelos estragos e sirenes que se seguem à tempestade e mau humor por não me permitir fazer algo que estava na agenda. Acredito que este seja um sentimento normal a quase todos os seres humanos!

E andar na chuva? Quando criança, ao voltar da escola, costumava chutar a enxurrada. Delícia! Agora adulta, apavora-me a sensação de pé molhado por andar na chuva, pisar numa poça d’água. De verdade! E sempre acontecia porque, ao ver a chuva caindo, eu já saía correndo atravessando ruas e enxurradas. Afobava-me e acabava me molhando do mesmo jeito. Tenso!

Durante a JMJ – Jornada Mundial da Juventude – e as intermináveis chuvas, tínhamos duas opções: ou ficávamos parados no alojamento e não participávamos da festa ou aprendíamos não a enfrentar, mas a andar na chuva. Optamos pela segunda alternativa. E assim veio mais um aprendizado: não se pode enfrentar a chuva, pois ela não é adversária (mesmo quando nos assusta com sua força). É necessário observá-la primeiro, perceber o vento, olhar o chão, ver a enxurrada e ter uma boa capa de chuva e sombrinha em mãos. Se a situação permitir, saia pelas ruas; se não, fique onde está. E espere.

Ao observar a chuva, esquecer o relógio e a agenda do dia, talvez você fique mais tranquilo e até consiga chegar ao destino sem muitos transtornos. Assim também é na vida: quando acontecem imprevistos, antes de ficar afobado, ansioso, mal humorado, procure observar a direção do problema, o seu tamanho. Talvez você consiga chegar ao final do dia, da estrada, da vida, sem muitos transtornos. Observe primeiro, aja depois.

E seja bem vindo à estação das águas!

PASCOM - Paróquia São Sebastião