terça-feira, 31 de março de 2015

Quando termina a Quaresma? O que é o tríduo pascal?

Conheça melhor o sentido da liturgia para crescer espiritualmente




Quaresma, caminho rumo à Pascoa da Ressurreição, começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa, com a chamada “hora nona” da Liturgia das Horas.
 
Ou seja, dura até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive (carta apostólica Mysterii Paschalis, 28). O documento utiliza o termo “exclusive”, não “inclusive”. Então, a Quaresma não inclui a Missa da Ceia do Senhor.
 
Com esta missa, à tarde, começa o Tríduo Pascal, que é o coração do ano litúrgico. Não podemos esquecer que o costume judaico-cristão considera o início do dia desde a sua véspera; por este motivo, a Sexta-Feira Santa começa no final da Quinta-Feira Santa.
 
Na Missa da Ceia do Senhor, Ele antecipa sua paixão; por isso, na missa, se faz o memorial da morte e ressurreição de Jesus.
 
“O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, tem seu centro na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do domingo da Ressurreição” (carta apostólica Mysterii Paschalis, 19).
 
A palavra “tríduo” sugere a ideia de preparação. Às vezes nos preparamos para a festa de um santo com três dias de oração em sua honra, ou pedimos uma graça especial mediante um tríduo deorações.
 
Quaresma é preparação, e o Tríduo Pascal se apresenta não como um tempo de preparação, mas como uma só coisa com a Páscoa. O tríduo é uma unidade e precisa ser considerado como tal; nele se dá a totalidade do mistério pascal.
 
unidade do tríduo está no próprio Cristo: quando Ele aludia à sua paixão e morte, nunca as dissociava da sua ressurreição.
 
O Evangelho fala delas em seu conjunto: “Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará” (Mt 20, 19).
 
A unidade do mistério pascal tem algo importante a nos ensinar: ela nos diz que a dor não somente é seguida pela alegria, mas que já a contém em si mesma.
 
O tríduo se refere também aos três dias aos quais Jesus se referiu quando disse: “Destruí vós este templo, e eu o reerguerei em três dias” (Jo 2, 19).

 
As diferentes fases do mistério pascal se estendem ao longo dos três dias, como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da mesma cena; juntos, formam um todo. Cada quadro em si é completo, mas precisa ser visto em relação aos outros dois.


Fotos: arquivo/blog


GASTOS PASCAIS


Reprodução Internet

Assisti ao um programa diário na TV onde, em certo momento, a reportagem era sobre finanças. Nada mais atual nos dias dia hoje! O que me chamou a atenção foi a pergunta que o repórter fazia na rua aos entrevistados: “Quanto você pretende gastar na Páscoa deste ano?”, referindo à tradição de se presentear com chocolates e afins nesta festa.


Pus-me a pensar: será que esta turma sabe o real sentido desta festa religiosa? Será que a Páscoa, tal qual o Natal, acabou se reduzindo, para muitos, a uma festa de “presentes”? 


Resolvi mudar a pergunta e agora a faço para vocês e, principalmente, a mim mesma: “quanto tempo pretendo gastar na Páscoa deste ano, participando das celebrações que a Igreja propõe?”


Fui criada num seio católico, onde a Semana Santa não é feriado e sim, um momento para se retirar e se encontrar com Cristo, centro de nossa vida. Desde pequenas, eu e minha irmã fomos inseridas no contexto religioso onde, do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa, vivenciávamos o real sentido da vida cristã. Assim, quando vejo alguém perguntando “o que você vai gastar na Páscoa” causa-me estranheza ao coração. Será que as pessoas pensam em gastar tempo também nas celebrações? Viajar e presentear com chocolates não é ruim. É até gostoso e eu também o faço. Mas deixar de lado a oportunidade de se viver a festa que mais nos coloca no centro de nossa fé cristã é algo não muito coerente com aqueles que se dizem cristãos.
 
Reprodução Internet

Que a Semana que hora se inicia seja Santa para todos, com celebrações que nos façam viver a dor e a alegria de sermos cristãos. Que o tempo gasto neste retiro seja a certeza de dias felizes e mais humanizados. E que o chocolate da Páscoa seja apenas mais uma forma de se experimentar a doçura que o Amor de Deus nos proporciona através da Ressurreição de Seu Filho, Jesus.

Débora Ireno Dias

segunda-feira, 30 de março de 2015

PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS DÁ INÍCIO ÀS TRADIÇÕES DA SEMANA SANTA NA PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO

Na noite de sábado, 28, a Família Paroquial de São Sebastião foi acolhida na Paróquia Nossa Senhora da Piedade. Cônego Tarcísio presidiu a celebração no Santuário, onde estiveram presentes as equipes de liturgia, canto e MECE da paróquia.
Após a santa missa, aconteceu a procissão do depósito do Senhor dos Passos, passando pelas ruas do centro de Barbacena até chegar na Matriz de São Sebastião. À chegada, padre Geovane Luís da Silva, pároco da Piedade e Vigário Episcopal, concedeu a bênção solene a todos os presentes.
A imagem do Senhor dos Passos ficará na matriz até após a celebração das 17h, neste domingo, quando sairá em procissão para o "Encontro" com a imagem da Senhora das Dores, que acontecerá no adro do Santuário da Piedade.













Débora Ireno


sábado, 28 de março de 2015

Domingo de Ramos e da Paixão de Jesus

Pela sua Paixão, caracterizada por uma dileção sem limites, Jesus foi fiel até a morte no seu amor pela humanidade e no cumprimento exato da vontade misericordiosa do Pai. Enfrentou e venceu o dinamismo da morte que pesava sobre o homem, em consequência do dinamismo do pecado. Este, desde a desobediência de Adão e Eva, necessitava de uma reparação infinita, porque o pecado é sempre uma ofensa ao Deus Todo-Poderoso. Foi o pecado que levou os escribas e fariseus ao ódio contra Jesus; Pilatos e a multidão a condenarem um inocente. Pedro a uma lamentável negação. Por força deste refluxo de erros e de uma espiral de violência Jesus foi a vítima conduzida a uma morte horrenda.

Entretanto, mesmo no meio dos suplícios da Cruz, Jesus pôs sobre o homem um olhar de imensa misericórdia. Convite sublime à renúncia de todo maldade e à adesão incondicional a Deus para se chegar à casa do Pai remido com seu preciosíssimo sangue. Sua Cruz seria o distintivo de seus seguidores. A cor vermelha dos paramentos litúrgicos neste domingo faz lembrar a todos a humilhação sofrida por Jesus diante dos soldados.  Esta humilhação, porém, teve um caráter profético. Aquele que seria depois barbaramente crucificado foi revestido de um manto vermelho, mas este anunciou que seu trono não era outro senão sua Cruz redentora. Ele era um rei que se tornou servidor e que renunciou a seus privilégios para acolher no seu reino milhares de súditos que através dos tempos muito o amariam. Por Ele rejeitariam as pompas mundanas, os prazeres efêmeros desta terra.

Em compensação, estes conheceriam o verdadeiro sentido do viver neste mundo e na eternidade. Jesus havia declarado: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Era um mundo novo que surgiria de sua Paixão e Morte. Não seria fácil segui-lo, mas valeria a pena carregar a cruz de cada dia atrás dele para colher frutos para a vida eterna. Durante a Semana Santa é preciso chorar com São Pedro, lamentado todos os pecados. Nada de lavar hipocritamente as mãos como Pilatos, mas procurar viver intensamente tudo que o Mestre ensinou. Então, se poderá repetir com o Centurião: “Verdadeiramente este homem é o Filho de Deus”. Através dos tempos Cristo continuaria a ser incompreendido por muitos, causa de escândalo, porque sua doutrina contrariaria o interesse dos poderosos e combateria os imobilismos que impedem a tantos participarem nos bens comuns, lançando multidões na miséria. Muitos então a relativizar, consciente ou inconscientemente, os ensinamentos que Ele legou. Não recebem as lições que jorraram do alto do Madeiro, porque ficam nos aplausos a Ele na sua entrada triunfante em Jerusalém. Ouvidos surdos a tudo que Ele falou e nunca se escutam desta forma os seus apelos, suas exigências. A falsa felicidade e as miragens propostas por um contexto materialista ofuscam a grandeza do amor que foi até o fim e teve como desfecho os episódios do Calvário. Por causa do vil metal, multiplicam-se os Judas que traem sua religião.

A Semana Santa apela, contudo, para os autênticos discípulos de Jesus a proclamar a paternidade divina e a fraternidade humana, impregnados do amor e do perdão, da justiça e da paz. Jesus, sobretudo na sua Paixão e Morte, revelou um Deus mais humano do que o homem, ensinando o ser racional a se superar a si mesmo indo além das fronteiras do mal. Então muitos, durante estes dias, apresentarão ao divino Redentor o seu coração para que nele esteja estampada sua face salvadora. Imitarão também João, Nicodemos e José de Arimatéia sempre a seu lado.  Estarão como Maria, sua mãe sofredora, e as piedosas mulheres devotados aos pés da Cruz e como Madalena a chorar os seus pecados. A comemoração da Paixão e Morte de Jesus exige de fato uma mudança de vida para que se possam usufruir as graças e alegrias do maior dia do ano, a Páscoa do Senhor no próximo domingo.






Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
 Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos


Domingo de Ramos marca o início das celebrações da Semana Santa

Com ramos nas mãos e espalhados pelo chão, além de gritos de Hosana, salve e exclamações de alegria, há quase dois mil anos, a população de Jerusalém recebia Jesus pelas ruas da cidade. Na tentativa de relembrar essa entrada triunfante de Jesus em Jerusalém dias antes da sua paixão e morte, os católicos celebram neste domingo o Domingo de Ramos, que abre as celebrações que culminarão na principal festa cristã, a Páscoa ou ressurreição de Cristo.


O Domingo de Ramos que também é o Domingo da Paixão do Senhor marca mesmo um momento de transformação, o início da Semana Santa. Jesus vai de Rei à condenado pelo povo. Os mesmo que o receberam com gritos de vivas, após a influência política e religiosa dos poderosos da época, clamaram por sua crucificação. Sendo assim, nas celebrações desse domingo a liturgia conta com dois evangelhos. “Antigamente eram festas separadas. Hoje, fazemos referência à entrada de Jesus em Jerusalém no momento da procissão e na hora da missa, o evangelho da paixão de Jesus”, explica o padre Daniel Ângelo Henriques. 

Da festa dos ramos fica também para os cristãos mais um exemplo da humildade de Jesus. “O Rei dos reis quebra os paradigmas ao nos fazer refletir sobre um novo reinado, onde a simplicidade e o serviço são colocados como características desse rei que entra triunfante em cima de jumentinho”, ressalta o padre Daniel.














 











Texto: Daniele Ribeiro
Fotos: Marciléa Oliveira/Bárbara Cabral

VIA SACRA COMUNIDADE NOSSA SENHORA AUXILIADORA

Aconteceu na Capela de Nossa Senhora Auxiliadora, Via-Sacra realizada pelas crianças da Catequese, com a presença dos pais das crianças e fiéis da comunidade. Com orientação das catequistas: Auxiliadora, Ana, Fátima, Marli, Adriana, Sueli, Rosângela e Ana Clara. 
A Via-Sacra é uma tradição de origem franciscana de reproduzir o caminho que Jesus fez, desde a sua condenação até o Calvário.
As quinze estações revelam os fatos marcantes da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
É uma oração que nos leva a refletir os últimos passos de Jesus na terra.


























Mirian Correa