sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Especial: “Dia da Arquidiocese”

Neste mês de novembro, em comemoração aos 270 anos da Arquidiocese de Mariana, será publicado semanalmente um artigo especial, ressaltando algum ponto da Igreja particular de Mariana.
 
Uma pérola se destaca numa história gloriosa
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
 
Ao se comemorar os 270 anos da criação da Diocese de Mariana inúmeros aspectos históricos de uma trajetória gloriosa, que muito honra a Igreja e a Pátria, são rememorados. Entre tantos fatos memoráveis se destaque o empenho dos Bispos marianenses pelo Seminário.
 
Estes epíscopos estiveram sempre conscientes de que da ação de um clero instruído e santo depende a construção de um mundo segundo os desígnios divinos. Daí a importância da orientação recebida nos anos de preparação para o ministério sacerdotal. Donde ter sido sempre o Seminário as pupilas dos olhos daqueles que se assentaram no Áureo Trono marianense.
 
Dom Frei Manoel da Cruz foi o notável fundador desta Casa de Formação.
 
Dom Joaquim Borges de Figueiroa que, embora não tenha vindo a Mariana, tendo sido rápido o seu governo, não descurou o Seminário. Foi ele quem deu ordem ao seu Procurador, Dr. Francisco Xavier da Rua, para encarecer a importância deste Educandário, tendo sido ele quem nomeou como mestre de Filosofia o notabilíssimo Cônego Luís Vieira da Silva.
 
Dom Frei Domingos da Encarnação Pontével contribuiu com ofertas generosas pessoais para o Seminário o qual conheceu período áureo durante seu bispado.
 
Durante o episcopado de Dom Frei Cipriano de São José floresceu também durante nove anos esta Casa de formação dos Levitas do Senhor, oferecendo numerosos sacerdotes a Minas Gerais.
 
Dom José da Santíssima Trindade deu ao Seminário o seu Segundo Regulamento por ele mesmo redigido com raro talento e notável visão pedagógica. Construiu sua belíssima Capela.
 
Dom Antônio Ferreira Viçoso em cujo governo foi aumentado o prédio do Seminário o entregou à sábia direção dos padres lazaristas.
 
Dom Antônio Corrêa de Sá e Benevides, após 28 anos, trouxe em 1882 de volta do Caraça para Mariana os seminaristas que para lá tinham ido em 1854 devido a varíola que grassou na Cidade dos Bispos.
 
D. Silvério Gomes Pimenta introduziu novas matérias, reforçando ainda mais o currículo escolar do Seminário para o qual pessoalmente pedia esmolas visando ajudar os seminaristas mais carentes.
Dom Helvécio Gomes de Oliveira construiu, com grande sacrifício, mas enorme entusiasmo, o prédio do Seminário Maior.
 
Dom Oscar de Oliveira, professor de várias disciplinas, sobretudo de Direito Canônico, edificou o novo prédio para o Seminário Menor e aplicou com rara sabedoria as diretrizes do Concílio Ecumênico Vaticano II.
 
Dom Luciano Mendes de Almeida reestruturou o Seminário. Sem descurar o Curso de Teologia, valorizou de tal modo o Curso de Filosofia que hoje a Faculdade Arquidiocesana de Mariana “Dom Luciano”, reconhecida pelo MEC, tem sido considerada como uma das mais respeitáveis do país.
 
Dom Geraldo Lyrio Rocha tem continuado brilhantemente a obra de seus antecessores, nomeando também com grande tino excelentes professores para os Institutos de Filosofia e de Teologia. Sua presença marcante, acompanhando as atividades destes Institutos, é sempre um incentivo para os futuros levitas da messe do Senhor e seus competentes mestres.
 
Portanto, entre as justas homenagens a estes epíscopos o louvor por nunca terem deixado de reservar o melhor de suas atenções a este celeiro de sabedoria e virtudes, pérola preciosíssima engastada numa História luminosa de 270 anos a serviço da evangelização.
 
Ortega y Gasset ao falar do passado e do futuro do homem atual, mostra que “o único meio do homem se orientar para o futuro é tomar consciência do que foi no passado – passado cujo contorno é inequívoco, fixo imutável. Assim, precisamente porque viver é a gente sentir-se projetado para o futuro [ …] O passado é o único arsenal que nos fornece materiais para construirmos o futuro. Não é sem razão que nós recordamos. Tenho insistido com frequência na questão de que tudo o que fazemos na vida tem a sua razão de ser. Recordamo-nos do passado porque esperamos o futuro, recordamo-nos em vista do futuro. Eis a origem da história. O homem faz história porque, perante o futuro, que não pode comandar, verifica que a única coisa que detém nas mãos, que realmente possui, é o seu passado. É a única coisa de que pode lançar mão, é o frágil batel em que embarca para o futuro” .
 
A comemoração dos 270 anos da Diocese de Mariana projeta um porvir cheio de esperanças e estas esperanças estão concretizadas sobretudo nas glórias de seu Seminário que continuará a formar um Clero sábio e santo, dedicado e operoso para glória de Deus e bem das almas.
 
*Professor durante 40 anos no Seminário de Mariana
 
 
 

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