Débora Ireno Dias
5 de março de 2014
Dias
atrás participei da Santa Missa cujas intenções eram de 7º dia de um rapaz
que tinha tirado a própria vida e outro cuja vida foi retirada. Histórias de
vidas diferentes, unidas pela dor dos familiares que ali estavam.
Diante do
ocorrido, fiquei pensando em quantos jovens não sofriam o mesmo destino Brasil
afora, mundo afora, naquele momento. Infelizmente, aqueles dois jovens não eram
os primeiros nem seriam os últimos da fila. Infelizmente, ainda haverá muitas
famílias chorando a vida perdida de seus jovens. E de quem será a culpa? Muitos
já escreveram sobre este assunto. Muitos ainda escreverão.
Vivemos
numa época em que ter e ser é tudo: ter o melhor carro, o melhor emprego, a
melhor nota, a melhor roupa, o/a namorado(a) mais linda, ter o corpo perfeito,
a casa mais bonita, a melhor viagem, uma boa conta bancária; ser o mais
inteligente, o mais esperto, o melhor filho(a)/marido/esposa/funcionário(a). Ser
o primeiro porque ser o segundo já é derrota! Ainda há as preocupações com o
pagamento das contas provenientes de uma busca por melhor qualidade de vida,
melhor educação, melhor... melhor e melhor.
Acabamos,
assim, por viver num mundo da ansiedade, onde tudo acontece ao mesmo tempo
agora. Onde tudo tem que ser agora porque o depois já será tarde. E como ficam
a cabeça e o coração do jovem nisso tudo? Como fica a vida de um ser que só
está começando a viver sua história? Já começa pensando que a vida só vale se
tiver... tiver... tiver....
Nós, adultos, também sofremos com essa ansiedade, com este mundo corrido que nós
próprios criamos. E acabamos por transferir este sentimento para aqueles que
ainda estão começando a sonhar. Talvez seja a hora de nos permitirmos respirar
e também começarmos a sonhar. Talvez seja a hora de olharmos mais para os
jovens e adolescentes, olhar nos seus olhos e ver o brilho que outrora tivemos.
Talvez seja a hora de abraçá-los e, como o próprio Papa Francisco nos disse na
JMJ Rio 2013, dizer a eles "não tenhais medo". Talvez seja a hora de
nós mesmos não termos medo e desacelerarmos nosso coração, nosso pensamento e
buscarmos uma vida mais calma, mais serena.
Talvez eu
esteja certa, talvez não. Só em Deus teremos a resposta!
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