A HORA CERTA

Débora Ireno Dias

Sempre cresci – e acredito que todos também – ouvindo essa frase “tudo tem a sua hora certa”. Dirigindo na estrada que liga Viçosa a Barbacena, na tarde de domingo, entre uma serra e outra, uma curva e outra, muitos caminhões me faziam companhia. E quem dirige na estrada já sabe que andar atrás de um caminhão não é nada agradável, ainda mais quando se começa a subir a serra.

Depois de algumas tentativas frustradas de ultrapassagem – porque os demais carros eram mais rápidos do que o meu, e quando eu ia tentar já tinha acabado a faixa de permissão de ultrapassagem –, resolvi esperar. Não esperar à beira do caminho, até porque nem existe beira de estrada em nossas estradas! Mas esperar a chance de passar pelo caminhão, só controlando a velocidade, observando a distância de segurança, controlando a marcha. E assim foi por alguns quilômetros até que a estrada se abriu, o caminhão me permitiu ultrapassá-lo e continuamos, eu e meu marido, em frente, cantando nossas músicas enquanto subíamos a serra e nos preparávamos para terminar nossa viagem.

Viagem! Assim também acontece na nossa viagem pessoal pela vida. Tudo tem a sua hora certa! A hora de ultrapassar, a hora de esperar – mas não sentar à beira do caminho; tem que estar sempre andando, mantendo certa velocidade que lhe permita sentir-se vivo! A hora certa chega para aqueles que se põem a caminho, para aqueles que sabem fazer a hora certa acontecer. E como fazer acontecer? Aí é com cada um! Como diz o poeta “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Não existe receita de bolo; o que existe é a vontade de se chegar a algum lugar. E para isso tem que se por a caminho, um passo de cada vez, uma marcha a cada quilômetro. E os anjos nos protegendo para que não façamos uma ultrapassagem proibida nem que desistamos de chegar!

PASCOM - Paróquia São Sebastião