TODO JOELHO SE DOBRARÁ

Débora Ireno Dias

Desde pequenos aprendemos na igreja a importância de se estar em frente ao Santíssimo Sacramento – presença real de Jesus Cristo junto a nós. Lembro-me do Cônego Leandro, no São Sebastião, dizendo ao elevar a hóstia consagrada: “só quem acredita, ajoelha”. Ele sempre nos ensinava sobre como devíamos nos comportar nas missas, explicava-nos a liturgia e principalmente nos inspirava a amar Jesus Cristo presente no altar, na hóstia consagrada. Assim, ajoelhávamos, em sinal de respeito e adoração.

Aos poucos, vejo que alguns deixam de lado este gesto de se ajoelhar diante do Santíssimo, talvez por modismo, talvez por comodismo, talvez por falta de conhecimento. Corre-se o risco de viver um relativismo dentro das celebrações e perder o verdadeiro sentido de alguns gestos. Ou que eles se tornem mecânicos, automatizados.

O que me chamou a atenção dias atrás na celebração foi ver vários idosos em pé diante do Santíssimo. Ao observar os fieis mais antigos na posição em pé, fiquei imaginando o que se passava em seus corações no momento da Consagração. Homens e mulheres que viveram uma vida de adoração e serviço a Deus, que de forma simples, enquanto não existia Internet e, muitas vezes, nem TV, evangelizavam seus filhos com a oração do Terço diariamente. Reuniam a família em torno da mesa eucarística doméstica para conversarem, rirem, rezarem. Fieis idosos que muitas vezes dobraram seus joelhos ao pé da cama ou diante do Santíssimo pedindo a Cristo Jesus que olhasse por suas famílias e amigos.

Ao ver esses idosos em pé imagino que seus corações estejam ajoelhados. A idade, as “ites e oses” talvez não mais permitam que seus joelhos dobrem.  Porém, seus corações reverenciam o Cristo, adoram-no com o mesmo ardor de outrora. Oxalá nós, jovens adoradores, possamos também dobrar nossos joelhos diante do Cristo para que, quando as forças físicas falharem, nossos corações não se esqueçam de adorar Aquele que muito nos ama, Aquele que é o centro da nossa vida!