quarta-feira, 15 de outubro de 2014

E SOBRE O SÍNODO DAS FAMÍLIAS...

Relatório sinodal é documento de trabalho, não é definitivo



14-10-15 - Sinodo
O “Relatório após discussão” do Sínodo extraordinário dedicado à família é um documento de trabalho, não definitivo, que a partir de então é submetido à discussão dos Círculos menores: foi a declaração difundida nesta terça-feira, dia 14, pela Secretaria Geral do Sínodo na coletiva realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, moderada pelo porta-voz vaticano, Padre Federico Lombardi.
Participaram da coletiva também o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni; e o arcebispo de Durban (África do Sul), Cardeal Wilfrid Fox Napier, na qualidade de moderadores dos Círculos menores em italiano e inglês.

“A Secretaria Geral do Sínodo, após as reações e discussões que se seguiram à publicação da Relatio post-disceptationem e ao fato de a sua natureza nem sempre ter sido corretamente compreendida, reitera que tal texto é um documento de trabalho que resume os pronunciamentos e o debate da primeira semana e que agora é proposto à discussão dos membros do Sínodo nos Círculos menores, como prevê o Ordo do Sínodo”, disse padre Federico Lombardi.

Portanto, o relatório não é um documento definitivo. Agora se trabalha nos Círculos menores, que apresentarão, cada um, uma reflexão própria e, depois, se fará o esboço dos documentos finais. O Cardeal Filoni disse ter havido alguma surpresa nos Círculos menores ao ler as primeiras reações que surgiram na mídia. “Houve reações em que alguém manifestou inclusive uma certa perplexidade, como se o Papa tivesse dito, como se o Sínodo tivesse decidido… Naturalmente, isso não é verdade”, afirmou Filoni.

Filoni disse não ter sido um erro publicar o Relatório, o que foi feito em continuidade com os Sínodos precedentes e segundo o procedimento sancionado pelo Ordo do Sínodo dos Bispos. Porém, observou, o essencial é entrar na perspectiva dinâmica, sem expectativas excessivas, mesmo porque o Sínodo atual é um caminho de preparação para a Assembleia Geral Ordinária de outubro de 2015. “Espero que se colha bem, sobretudo, esta dinâmica, em que toda a Igreja é envolvida – em vários níveis, de vários modos, em vários aspectos –, porque parece quase que tratamos de um tema ou de outro, quando, ao invés, há uma riqueza extraordinária.”

Na mesma linha, o Cardeal Napier se disse “confiante” de que possa emergir a visão do Sínodo em seu conjunto, e não a posição de um grupo particular.
A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou também o conteúdo dos pronunciamentos livres feitos na manhã da segunda-feira, na Sala do Sínodo, após a apresentação da “Relatio post-disceptationem” feita pelo relator-geral do Sínodo, Cardeal Peter Erdő. Em geral, o relatório foi apreciado em sua capacidade de colher o espírito da Assembleia.

Além disso, foram sugeridas ulteriores reflexões. Por exemplo, falar mais difusamente também sobre as famílias fiéis aos ensinamentos do Evangelho, a fim de que possa emergir com mais clareza que o matrimônio indissolúvel, feliz, fiel para sempre, é bonito, é possível e está presente na sociedade.
Outras sugestões: dar maior atenção à tutela da mulher e da sua importância para a transmissão da vida e da fé, fazer mais referências à família como “Igreja doméstica”, valorizando sua perspectiva missionária no mundo de hoje.

Aprofundar e esclarecer melhor o tema da “gradualidade”, que pode ser motivo de uma série de confusões. No que tange ao acesso aos Sacramentos para os divorciados recasados, por exemplo, foi dito que é difícil acolher exceções sem que na realidade se tornem uma regra comum.

Foi também destacado que a palavra “pecado” quase não está presente no Relatório. No que diz respeito aos homossexuais, o necessário acolhimento deve ser acompanhado pela justa prudência, a fim de que não se crie a impressão de uma avaliação positiva de tal orientação por parte da Igreja. A mesma atenção foi solicitada em relação às convivências.

No que concerne à simplificação dos procedimentos das causas de nulidade matrimonial, foi manifestada alguma perplexidade em relação à proposta de confiar maiores competências ao bispo diocesano, colocando um peso a mais em suas costas. Além disso, foi auspiciada uma reflexão mais aprofundada no caso da poligamia e da difusão da pornografia na web, risco real para a unidade familiar.

Por fim, em relação à abertura para a vida por parte dos casais foi ressaltada a necessidade de abordar de modo mais aprofundado e decidido não somente o tema do aborto, mas também o da maternidade substitutiva.

15 outubro, 2014
 

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