quinta-feira, 14 de março de 2013

EU SOU “APENAS UM RAPAZ LATINO-AMERICANO...”



Débora Ireno Dias

Ao usar este verso da música “Apenas um rapaz latino-americano”, de Belchior, fico imaginando o que se passou no pensamento e no coração de Francisco, Sumo Pontífice, ao chegar à sacada da janela central da Basílica do Vaticano para o seu primeiro momento com os fieis católicos. Quem assistiu via TV ou Internet pôde perceber seu semblante. A princípio, podia parecer que ele estava meio sem graça, ou até mesmo meio duro diante da multidão que o aclamava. Mas, na verdade, ele devia estar pensando “ eu sou apenas um rapaz latino-americano” que resolveu seguir o chamado de Deus e agora Ele me coloca aqui, à frente da Sua Igreja. Quanta responsabilidade em seus ombros: conduzir a “barca de Pedro”, ainda mais nestes tempos turbulentos em que vivemos nos quatro cantos do mundo.

Mas não quero falar das turbulências e do que virá à frente. Quero me ater ao momento histórico que vivemos na tarde desta quarta-feira, 13 de março.

Durante a espera pela abertura da janela e anúncio do nome do novo papa, após a famosa e tão esperada fumaça branca ter aparecido sobre o telhado do Vaticano, a ansiedade era tamanha não só na Praça São Pedro, mas também nos corações dos milhões de católicos espalhados pelo mundo.

Ao aparecer na sacada e olhar a multidão que o esperava, o papa Francisco, após olhar a todos, num primeiro e histórico gesto de carinho e humildade, curvou-se diante de todos nós – sim, nós também estávamos ali – e pediu a nossa bênção, a nossa oração para o seu pontificado, para a sua nova caminhada.
Curvar-se! Diante de tanta pompa e circunstância que se têm nestes momentos de festa – a Igreja está em festa – vemos um homem que se curva diante dos seus irmãos e lhes pede a bênção, pede-lhes que orem por ele. Gesto de humildade que está em quase todos os posts do Facebook no dia de hoje, mas que devemos guardar no coração e, mais ainda, ter como o primeiro grande exemplo deste nosso Papa Francisco.

Outro gesto de grandeza: pediu para que olhemos uns para os outros. Que saibamos nos olhar com fraternidade e com amor, que saibamos dialogar...

Termino aqui, pois poderia falar muito do que senti hoje durante o anúncio do novo papa – meu coração badalava junto com os sinos da Basílica de São Pedro. Mas me atenho a estes dois gestos: ser humilde e saber olhar o nosso irmão com caridade, com fraternidade. Estes eram os carismas de São Francisco de Assis. Assim será o papado de Francisco, um rapaz latino-americano que saiu de um País pobre para agora, à frente da Igreja Católica, cuidar dos pobres do mundo.

Seja bem vindo, Francisco!

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