Débora Ireno Dias
Ao usar este verso da
música “Apenas um rapaz latino-americano”, de Belchior, fico imaginando o que
se passou no pensamento e no coração de Francisco, Sumo Pontífice, ao chegar à
sacada da janela central da Basílica do Vaticano para o seu primeiro momento
com os fieis católicos. Quem assistiu via TV ou Internet pôde perceber seu
semblante. A princípio, podia parecer que ele estava meio sem graça, ou até mesmo
meio duro diante da multidão que o aclamava. Mas, na verdade, ele devia estar
pensando “ eu sou apenas um rapaz latino-americano” que resolveu seguir o chamado
de Deus e agora Ele me coloca aqui, à frente da Sua Igreja. Quanta
responsabilidade em seus ombros: conduzir a “barca de Pedro”, ainda mais nestes
tempos turbulentos em que vivemos nos quatro cantos do mundo.
Mas não quero falar das
turbulências e do que virá à frente. Quero me ater ao momento histórico que
vivemos na tarde desta quarta-feira, 13 de março.
Durante a espera pela
abertura da janela e anúncio do nome do novo papa, após a famosa e tão esperada
fumaça branca ter aparecido sobre o telhado do Vaticano, a ansiedade era
tamanha não só na Praça São Pedro, mas também nos corações dos milhões de
católicos espalhados pelo mundo.
Ao aparecer na sacada e
olhar a multidão que o esperava, o papa Francisco, após olhar a todos, num
primeiro e histórico gesto de carinho e humildade, curvou-se diante de todos
nós – sim, nós também estávamos ali – e pediu a nossa bênção, a nossa oração
para o seu pontificado, para a sua nova caminhada.
Curvar-se! Diante de
tanta pompa e circunstância que se têm nestes momentos de festa – a Igreja está
em festa – vemos um homem que se curva diante dos seus irmãos e lhes pede a
bênção, pede-lhes que orem por ele. Gesto de humildade que está em quase todos
os posts do Facebook no dia de hoje,
mas que devemos guardar no coração e, mais ainda, ter como o primeiro grande
exemplo deste nosso Papa Francisco.
Outro gesto de
grandeza: pediu para que olhemos uns para os outros. Que saibamos nos olhar com
fraternidade e com amor, que saibamos dialogar...
Termino aqui, pois
poderia falar muito do que senti hoje durante o anúncio do novo papa – meu
coração badalava junto com os sinos da Basílica de São Pedro. Mas me atenho a
estes dois gestos: ser humilde e saber olhar o nosso irmão com caridade, com
fraternidade. Estes eram os carismas de São Francisco de Assis. Assim será o
papado de Francisco, um rapaz latino-americano que saiu de um País pobre para
agora, à frente da Igreja Católica, cuidar dos pobres do mundo.
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