Vera Turcheti
Em nossa oração diária de cristãos
católicos, ao celebrarmos a Eucaristia, rezamos por toda a Igreja: Papa,
Bispos, Párocos, fiéis reunidos e dispersos pelo mundo todo e pelos que já nos
antecederam na Casa do Pai. Somos um único Corpo do qual Jesus Cristo é a
cabeça, imersos no Pai, Assim acreditamos e professamos.
É belíssima a nossa fé!
Esbarra nos nossos limites, é uma pena! Mas
isto faz parte e não tira nenhum de nós do empenho pela conquista de nossos
ideais, sejam de membros de uma Igreja ou pessoais apenas: afinal somos
“cidadãos do infinito”, atraídos para a perfeição.
É tão maravilhoso que importa pouco se
vivemos às voltas com um grupo de representantes que ainda privilegiam o que
nos afasta do bem, da paz e da felicidade a que aspiramos.
É neste contexto que estamos vivendo um
momento histórico, para nós cristãos católicos. Não é um momento ímpar, mas é
inédito para todos nós que vivemos no tempo atual. Nenhum de nós, viventes
hoje, em qualquer parte do mundo, conviveu com a experiência de não termos Papa
estando o irmão que o encarnou, vivo entre nós. Isto é novo para nós. É
diferente.
Certamente por isto a sensação de estarmos
órfãos, quando, outro dia, na Celebração Eucarística, não rezávamos,
nomeadamente, pelo nosso Papa. Uma sensação diferente de quando perdemos João
Paulo II e esperávamos por Bento XVI. Parece-nos natural um partir para o outro
chegar e aceitamos este processo com sentimento de tristeza (pela partida de
um) e de esperança (na vinda de outro), mas sem nos sentirmos órfãos,
necessariamente, enquanto dura o processo.
Mas será que estamos órfãos?
O coração bateu forte: não, não estamos
órfãos. Nosso Pai é Soberano, é Supremo, é Presença constante.
Uma novidade no processo (que deixa a mídia
alvoroçada) e já nos inquietamos. Próprio de nossos limites. Nada demais até
aí. O rumo que damos para nossas inquietações é que vai nos deixando no mesmo
lugar ou vai nos possibilitando fazer o tão almejado caminho à perfeição.
Afinal, se nada diferente acontece como é que vamos poder crescer, avançar,
superar limites?
Pena que, via de regra, nos preocupamos
muito em avaliar a atitude de Bento XVI. Para uns ele foi humilde, para outros
não teve coragem de ir até o fim, e sabe Deus quantas coisas mais são pensadas
e ditas sobre a atitude dele.
Foi algo diferente sim. Trouxe inquietação
sim. Tanto Bento XVI quanto todos que puderam lhe assessorar tal decisão
estavam bem convictos disto.
Mas, e nós? Como é que nos comportamos
enquanto membros da Igreja? Afinal é por nosso Pai, que jamais nos abandona,
que nos reunimos como fiéis, Párocos, Bispos e Papa, numa organização que só
visa favorecer o anúncio de nosso Deus. Cada membro desta Igreja ajuda o outro
a não se sentir só. Esta deve ser nossa dinâmica.
Sendo assim, não estamos órfãos de jeito
nenhum.
E em nossa organização estávamos sem um de
nossos representantes ata o momento que escrevi o último parágrafo. A fumaça
branca acaba de anunciar que ‘HABEMUS PAPAM’. Uma parada para esperar quem é
ele e a alegria: que Papa! Um latino-americano, jesuíta, que escolhe ser
chamado de FRANCISCO.
Bento XVI não renunciou por acaso. O
Espírito sopra onde, como e quando quer. Decisões difíceis, inovadoras, exigem
coragem, são iluminadas, têm em vista um bem maior que nem podemos supor, na maioria
das vezes.
Nosso Pai, que nos sinaliza sempre sua
Presença e seu Amor, se fez mensagem tanto na renúncia de Bento XVI quanto na
eleição de Francisco. Somos todos co-participantes do Amor de Deus entre nós e em
nós e é por isto que à sensação de estarmos órfãos seguiu-se o conforto de que
quem nos governa, se assim podemos dizer, é o próprio Deus que não nos abandona
nunca e nos privilegia, a todos, de sermos amparo amoroso uns para os outros,
segundo nossa escolha, claro.
O membro da Igreja, agora Papa, foi o jovem
de ontem que também namorou, estudou química e foi fazendo suas escolhas ao
longo do caminho. E continuará fazendo, como todos nós, dia após dia.
É ou não é belíssima nossa fé?
PASCOM - Paróquia São Sebastião
Nenhum comentário:
Postar um comentário
SEJA BEM-VINDO, SEU COMENTARIO É UM CARINHO DE DEUS PARA NÓS, E NOS DARA MOTIVAÇÃO PARA CONTINUARMOS COM NOSSA MISSÃO. OBRIGADO POR SEU ELOGIO OU CRITICA. PAZ BEM