segunda-feira, 8 de julho de 2013

POLÍTICA - RESPONSABILIDADE SOCIAL



"Com a força da Juventude, o Brasil finalmente começou a mudar..."

Gilson Carlos Ladeira Marinho

De que é um momento ímpar na história nacional, não temos dúvida. Em meio a debates de direitos humanos e à grande insatisfação popular relativa à corrupção – presente no Brasil desde o período colonial – e, principalmente, aos padrões vigentes da educação e da saúde nacionais, os movimentos populares ressurgiram. E ressurgiram de uma maneira como nunca vimos.


Movimentos populares chefiados por uma juventude que "acordou", que cansou da burocracia nacional e da não operacionalidade dos serviços públicos básicos. Juventude esta que remonta a juventude da década de 80, que lutava pela abertura política através do movimento "Diretas Já". São os estudantes que tomaram as ruas das principais cidades do Brasil a ponto do país do futebol realmente parar.


O interessante é a circunstância em que tais movimentos eclodiram: em plena Copa das Confederações, com o Brasil como o centro das atenções do mundo. Ponto para a juventude: conseguiu fazer o certo no momento certo. Só o mundo vendo tais movimentos para que os nossos "intocáveis" políticos revejam o quadro deplorável de uma educação estagnada e de uma saúde doente, que perece de todos os males possíveis: espera nas filas, falta de médicos e de hospitais, além da existência  de equipamentos inoperantes.


Quanto a uma análise mais profunda dos movimentos, é certo que o objetivo principal foi alcançado: até a chefe do Poder Executivo quis aparecer no horário nobre e dizer que os "royalties" do petróleo irão para a educação pública e que a saúde terá médicos estrangeiros. É pouco, mas já é um começo. O grande empecilho para o desfecho do movimento é a corrupção, pois é difícil acabar com algo enraizado nos políticos e na própria população. Porém, o primeiro passo no combate à mesma já foi alcançado, visto que a PEC (Projeto de Emenda Constitucional) 37, que, em suma, proibia que o Ministério Público tivesse acesso aos registros financeiros dos parlamentares não foi aprovada.


Tais eventos mostram o quadro democrático atual, que permite o protesto pacífico da população, como foram realizados na maioria das vezes, comprovando a soberania popular, que reivindica aos políticos fazerem valer os anseios do povo e não os dos seus próprios bolsos.


Porém, como nem tudo são rosas, os pontos negativos dos protestos populares também devem ser abordados: resumem-se ao vandalismo de uma minoria da juventude (minoria esta que não quer ganhos para a sociedade e somente almeja o caos, ao passo que deterioram os bens públicos). Ponto contra a juventude: de que adianta o vandalismo e o enfrentamento à polícia? Cabe ao Estado (representado pela polícia) reprimir tais ações, até mesmo com certo grau de violência, a fim de proteger as sociedades e o patrimônio público.


Como balanço geral da situação, conclui-se que a população brasileira, representada pelos jovens, enfim se ergueu contra as injustiças sempre mencionadas – porém, até agora nunca combatidas – com protestos necessários para que as melhoras nos serviços públicos sejam, de fato, concretizadas. Somente com um país educado e saudável, poderemos alcançar os patamares de um país capaz de sediar eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O potencial é evidente que temos. O que falta são políticos conscientes e brasileiros que lutem para fazer valer o dinheiro proveniente dos nossos inúmeros impostos.

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