A Igreja Católica ganhará dois santos neste domingo, dedicado à Festa da Divina Misericórdia. Os Papas João XXIII e João Paulo II serão proclamados santos numa cerimônia na Praça de São Pedro, às 4h da manhã (horário de Brasília). Certamente, será um momento histórico, festivo e de demonstração de fé e agradecimento pela vida destes dois homens que serviram a Deus através do amor ao próximo e do anúncio da Boa Nova.
Abaixo, texto retirado do site Jovens Conectados, explicando sobre a importância da canonização destes dois santos homens.
Santos homens, santos papas
24/04/2014
Neste
ano de 2014, no dia 27 de abril, Domingo da Divina Misericórdia, a
história contemporânea da Igreja vai ganhar um novo e esperado capítulo
com a canonização dos Papas João XXIII – o Papa bom – e João Paulo II – o
Papa peregrino. Celebrar, em um mesmo dia, a canonização destes dois
santos homens foi uma decisão tomada pelo Papa Francisco que, após
retornar da JMJ Rio 2013, declarou: “Fazer a cerimônia dos dois juntos é
uma mensagem para a Igreja: esses dois são bons”.
A vivência da virtude da bondade foi algo explícito no cotidiano da
vida destes dois santos Papas. Há inúmeros relatos de que, às
escondidas, o Papa João XXIII saía do Vaticano para ter contato com os
pobres e os excluídos da cidade de Roma. Uma destas crônicas nos conta
que, certo dia, ao regressar para o Vaticano, com o seu secretário de
estado, após ter visitado um asilo de idosos, ao passar diante da casa
do redator do L’Osservatore Romano, o secretário pediu ao Papa que
enviasse uma bênção para a mulher do redator, que estava muito doente.
Sorrindo, o Papa respondeu-lhe: “É difícil mandar uma bênção pelo ar.
Não é melhor levá-la pessoalmente?” E assim, sem avisar, lá estava a
bater à porta da casa do redator para dar a bênção. Por sua vez, o Papa
João Paulo II, em diversas ocasiões, expressou o seu acolhimento aos
pobres e aos doentes, por meio de visitas a presídios e a hospitais em
diversos países do mundo.
O cardeal Angelo Giuseppe Roncalli tinha 77 anos, quando foi eleito
Papa, em 28 de outubro de 1958. Ele foi escolhido para ser um Papa de
transição. Desse modo, para surpresa geral dos católicos, em 25 de
janeiro de 1959, ele anunciou o lançamento do Concílio Vaticano II e,
por isso, ficou na história como o Papa que promoveu as reformas da
Igreja. O período do seu pontificado está inserido nos primeiros anos da
Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. Célebre é a sua
Encíclica Pacem in Terris, onde ele levantou a voz, denunciando as
trevas da guerra e suas nefastas consequências sociais.
O Concílio ainda não havia terminado quando João XXIII morreu, em 3
de junho de 1963. A conclusão daquele Concílio coube ao Papa Paulo VI,
em 8 de dezembro de 1965. Ao final do Concílio, os participantes pediram
a canonização do Papa bom, a quem pretendiam homenagear por conduzir a
Igreja para os tempos modernos. A beatificação do Papa João XXIII
ocorreu em 3 de setembro de 2000, pelo Papa João Paulo II. Na ocasião,
ele afirmou: “João XXIII tocou o mundo com o seu comportamento afável,
que fazia transparecer a sua bondade. O Papa João deixou na memória de
todos a imagem de um rosto sorridente e de braços abertos para abraçar o
mundo inteiro”.
Já o cardeal polonês Karol Wojtyla foi eleito Papa em outubro de
1978, com apenas 58 anos de idade e, por isso, foi considerado um Papa
jovial, carismático, comunicativo, apaixonado por Cristo e consagrado à
Virgem Maria. Em seu pontificado, ele enfrentou a luta contra o
comunismo e o terrorismo e foi decisivo na queda do muro de Berlim, que
dividia a Alemanha. Por meio de suas viagens apostólicas, ele tornou-se o
Pároco de todo o mundo. Karol Wojtyla teve o terceiro maior pontificado
documentado na história – 27 anos – e enfrentou o desafio de preparar e
localizar a Igreja nos limiares deste terceiro milênio.
João Paulo II, o Papa dos jovens e das multidões, também ficou
conhecido por sua afabilidade e pela sabedoria na defesa da fé. Seus
documentos pontifícios – entre eles, Ecclesia de Eucharistia e Redemptor
Hominis – transbordam um imenso legado de espiritualidade. A sua figura
de Pastor iluminado se deve à criação das Jornadas Mundiais da
Juventude que atraíram e atraem milhões de jovens a cada nova
realização. A sua fama de santidade já era divulgada em vida. Em 2005,
durante o seu funeral, a multidão gritou várias vezes: “Santo Súbito”,
levando o Vaticano a acelerar os procedimentos necessários à
canonização. Ele foi beatificado pelo Papa Bento XVI, no dia primeiro de
maio de 2011, diante de um milhão de fiéis.
Os papas João XXIII e João Paulo II foram dois cristãos exemplares,
dois Papas que muito amaram e muito foram amados. Recordemo-los na
oração e principalmente procuremos pôr em prática a bondade e a preciosa
herança dos ensinamentos que eles nos deixaram com a palavra, com o
empenho de fidelidade à tradição e de atualização com a vida. Em oração,
agradeçamos ao Cristo a canonização destes dois Papas, pois, na glória
dos altares, eles enriquecerão ainda mais nossa Igreja com horizontes
novos e desafiadores.
Movimento Emaús, Brasília (DF)
Fonte: http://www.jovensconectados.org.br/santos-homens-santos-papas.html
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