Nesta terça-feira, dia 23 de junho,
comemoram-se os 8 anos da posse canônica de Dom Geraldo Lyrio Rocha na
Arquidiocese de Mariana. O Departamento Arquidiocesano de Comunicação
(Dacom) realizou uma entrevista com Dom Geraldo para celebrar sua
caminhada na Arquidiocese.
Confira a entrevista completa:
DACOM – Como o senhor vê esses oito anos na Arquidiocese de Mariana?
DOM GERALDO – Para mim
pessoalmente e para o meu ministério episcopal, esses oito anos têm sido
de especiais bênçãos de Deus. Embora eu tenha sido muito feliz no meu
ministério nos lugares por onde passei, considero uma grande graça estar
aqui na Arquidiocese de Mariana: A religiosidade do nosso povo, sua
história e seu precioso patrimônio artístico e cultural; a herança
deixada por Dom Luciano e pelos demais Bispos que me precederam; o
empenho apostólico de nosso clero tão numeroso; a dedicação dos
religiosos e religiosas; o testemunho de tantos leigos e leigas; a
caminhada do seminário; o crescimento no ardor missionário; o dinamismo e
a organização pastoral da Arquidiocese; a implantação do Plano
Arquidiocesano de Evangelização e tantos sinais da vitalidade desta
Igreja particular são motivo para que eu agradeça sempre a Deus a graça
de exercer aqui o ministério que me foi confiado.
DACOM – Quais os desafios pastorais da atualidade, que o senhor reconhece?
DOM GERALDO – Os
desafios são muitos. A lista é interminável. Mas, entre os que mais se
destacam, eu enumero: as famílias, cada vez mais ameaçadas e
desestabilizadas; a juventude, muitas vezes, sem ideal e desorientada; a
violência e as drogas que têm causado tantos assassinatos sobretudo de
jovens; as agressões ao meio ambiente com suas consequências danosas à
saúde e à qualidade de vida do povo; a politicagem que, em alguns
lugares, tem trazido graves prejuízos para o autêntico progresso e
desenvolvimento de muitos municípios, bem como a instabilidade
econômico-financeira e o crescimento desemprego colocam para a
Arquidiocese de Mariana o grande desafio de fortalecer ainda mais a
dimensão sócio transformadora, especialmente as pastorais sociais e
outras iniciativas a favor da vida e defesa dos direitos humanos, a fim de que a Igreja possa dar sua colaboração na construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária.
DACOM – Quantas visitas pastorais o senhor realizou ao longo desses oito anos e quais os frutos delas?
DOM GERALDO – Já são
mais de 90 as visitas pastorais que realizei em nossa Arquidiocese. A
visita pastoral oferece especial oportunidade para que o Bispo possa
conhecer melhor cada paróquia e esteja mais perto do povo afim de que se
realize a palavra de Jesus: “O bom pastor conhece as suas ovelhas e
suas ovelhas o conhecem” (cf. Jo 10,14). A visita pastoral é sempre um
momento forte de evangelização, de apoio às lideranças, incentivo às
comunidades e fortalecimento na vivência cristã. Faz bem ao Rebanho e ao
Pastor.
DACOM – No mês de
outubro o senhor irá participar da 14ª Assembleia Geral Ordinária do
Sínodo dos Bispos. Qual a visão e quais as perspectivas para este
encontro?
DOM GERALDO –
Participar desse importante evento eclesial é uma grande graça, mas,
também uma enorme responsabilidade. O tema do Sínodo é complexo e
desafiador. Mas, com a luz do Espírito Santo, trará grande contribuição
para que as famílias cristãs possam viver sua vocação e realizar sua
missão na Igreja e no mundo contemporâneo. Alimento grande esperança em
relação a esse Sínodo.
DACOM – Qual o seu parecer sobre educação e ideologia de gênero, em relação aos Planos Municipais de Educação?
DOM GERALDO – Causa
grande estranheza que a ideologia de gênero, rejeitada pela Câmara
Federal e pelo Senado da República, por ocasião da elaboração do Plano
Nacional de Educação, seja introduzida pela Conferência Nacional de
Educação, realizada em 2014, no Plano Municipal a ser aprovado. É
lamentável que uma matéria dessa importância seja levada à votação sem
uma ampla discussão envolvendo os pais, educadores e outros segmentos da
sociedade civil. A inclusão da ideologia de gênero nos Planos
Municipais de Educação trará consequências desastrosas, pois essa
ideologia defende que a identidade sexual de homem e de mulher deve ser o
resultado de um processo educacional e cultural que leve a pessoa a
escolher o gênero sem levar em conta sua identidade biológica. A Igreja
não pode ficar indiferente diante dessa questão que tem grandes
implicações antropológicas, éticas e morais.
DACOM – Deixe uma mensagem para Arquidiocese, por ocasião desta data.
DOM GERALDO – Temos
grandes desafios pela frente. Mas, graças a Deus, muitos passos foram
dados nessa longa e bela história de nossa Diocese que está completando
270 anos de sua criação. Cabe-nos prosseguir com ardor e alegria em
nossa ação missionária. Mas, ninguém deve caminhar sozinho. Precisamos
estar unidos e integrados numa pastoral orgânica, assumida em conjunto,
levando adiante o Projeto Arquidiocesano de Evangelização que no momento
se encontra em fase de revisão e reelaboração. Assim, a Igreja
particular de Mariana continuará buscando responder às necessidades e
exigências de nossa realidade social, política, econômica, cultural e
religiosa, na fidelidade a Jesus Cristo, tendo como horizonte o Reino de
Deus. Motivados pelo Papa Francisco, queremos ser uma Igreja “em saída”
que, com misericórdia, vai ao encontro dos afastados, dos pobres e de
todos dos que se encontram nas periferias geográficas e humanas.
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