quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

PRIMEIRA PALAVRA DO CÔNEGO TARCÍSIO SEBASTIÃO MOREIRA À FAMÍLIA PAROQUIAL DE SÃO SEBASTIÃO

Ao final da Celebração Eucarística de ontem, 6, na qual foi empossado, Cônego Tarcísio, ao dirigir-nos suas primeiras palavras, enfatizou o seu desejo continuar os trabalhos pastorais da Paróquia São Sebastião, na ótica de uma Igreja Missionária, enraizada no contexto eclesial da América Latina, à luz do Vaticano II.
Segue, abaixo, uma síntese do discurso de posse do Cônego Tarcísio:

UMA IGREJA MISSIONÁRIA

Caros Paroquianos,
Sinto-me feliz e agradecido a Deus pela bela oportunidade de estar com vocês, nesta Paróquia de São Sebastião. Feliz, pois realizo um grande sonho de poder retomar minhas atividades pastorais à frente de uma Paróquia; agradecido porque é o sopro de Deus que vai nos conduzindo e nos mostrando, neste discernimento diário, como melhor servir.
Estou aqui com este objetivo: [...] caminhar junto com este povo de Deus, aprendendo e ensinando, criando comunhão e ajudando a todos a serem protagonistas na construção do Reino de Deus entre nós.

Quero caminhar na trilha do Concílio Vaticano II – assumida e contextualizada, na América Latina, pelas Assembleias de Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida – e assumir a sua marca [...] da eclesiologia de comunhão. Nessa esteira, Medellín procurou acentuar a dimensão comunitária na organização da Igreja. A Igreja, organizada em forma de paróquia ou de pequenas comunidades, deve oferecer um espaço para o desenvolvimento de relações intersubjetivas: proximidade, conhecimento, amizade, fraternidade, luta em comum. 

[...] os leigos não são apenas destinatários da missão da Igreja; são também sujeitos eclesiais, responsáveis pela vida eclesial. Mesmo onde não é possível a presença direta do bispo e do presbítero, deve haver uma vida eclesial, sobretudo, orante e evangelizadora, coordenada pelos ministérios não ordenados.
Igreja evangelizadora é, ao mesmo tempo, militante e profética. Ela procura estar atenta à realidade, à organização da sociedade para anunciar a Boa-Nova, denunciar o pecado e suas consequências no plano individual e social, em vista da conversão e da salvação [...].
A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus. E a finalidade do discipulado é a missão. A primeira coisa que Jesus faz, quando inicia o seu ministério na Galileia, é reunir discípulos [...], não para servi-Lo, mas para prepará-los para a missão. Os evangelhos terminam com Jesus enviando seus discípulos em missão; assim, a Igreja, comunidade de discípulos, é a continuadora de sua missão na terra.
A missão jamais se inicia da estaca zero. O primeiro missionário é o Espírito Santo. Ele chega antes de qualquer missionário humano para preparar o terreno e nele espargir as sementes do Verbo. Sementes do Verbo são aqueles valores evangélicos semeados na cultura e na vida dos povos: desejo de justiça, de paz, de fraternidade, sede de Deus, anseio misterioso de encontrar Alguém que seja, de fato, Caminho, Verdade e Vida. É neste terreno preparado pelo orvalho divino, derramado pelo Espírito, que o missionário lança a semente da Palavra de Deus [...]. 

Finalizando minhas palavras, convoco a todos a fazermos este caminho de construção do Reino, como Igrejas vivas do Senhor, semeando a Palavra e nos configurando à pessoa de Jesus. Em comunhão e Missão, nosso desafio é sermos Bons Samaritanos, debruçados sobre a humanidade ferida, zelosos e compadecidos, misericordiosos e justos, como servidores do Reino. Não é distinção e nem honraria. É serviço; é ministério que a igreja confia a todos: leigos e leigas, ordenados ou não, para que, entre nós, reine a Paz e o Bem! Amém!


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